Tomógrafo é o aparelho utilizado no exame de tomografia computadorizada, um procedimento não invasivo de diagnóstico por imagem que combina o uso de raio-x com computadores especialmente adaptados.

É utilizado para criar imagens detalhadas dos mais variados tecidos do corpo humano. Sua estrutura habitual é formada por: Gantry, tubos de raio x, detectores, mesa de exame, mesa de comando e bomba injetora.

O que é

paciente realizando exame de tomografia computadorizada

O Tomógrafo é o aparelho utilizado no exame de tomografia computadorizada.

Sua estrutura habitual é formada por:

– Gantry, que, basicamente, é o corpo do aparelho de TC. No Gantry estão: o tubo de raio x e o conjunto de detectores. Através do Gantry é possível controlar a Kv e mA, ou seja, a tensão e corrente elétrica da ampola de raio x. Além disso, através do Gantry, é possível ter a interação dos comandos do painel de controle com o sistema e botões controladores da mesa do tomógrafo.

– Tubos de raio x, que, a princípio, tem o funcionamento similar ao que é utilizado nos aparelhos convencionais de raio x. Contudo, em aparelhos de tomografia computadorizada, os tubos de raio x funcionam em movimento contínuo.

– Detectores (ou sensores), que são responsáveis pela captação da radiação produzida pela ampola e que ultrapassa o paciente. Portanto, transformando essa informação em sinal elétrico que pode ser digitalizado e lido pelo computador.

– Mesa de exame, que é o local onde o paciente fica posicionado.

– Mesa de comando, onde se encontram o monitor para planejamento dos exames e processamento das imagens, e o sistema de comunicação com o paciente. A mesa de comando também é responsável pelo envio de informações para o aparelho, além de ser utilizada para tratamento e documentação das imagens adquiridas.

– Bomba injetora (opcional), que fica ao lado do paciente, controlada pelo aparelho de TC. É responsável por administrar o contraste no paciente de acordo com o protocolo de cada exame, variando o tempo e velocidade.

 

Como funciona

preparando um tomógrafo

O tubo e o detector do tomógrafo giram 360º ao redor do paciente durante um exame de tomografia computadorizada. Assim, emitem a radiação ionizante necessária para registrar as imagens.  A mesa na qual o paciente é colocado também é movida para melhorar a posição nas capturas das imagens da tomografia.

Cada estrutura anatômica na área de exame absorve mais ou menos radiação, dependendo de sua densidade. O feixe de raios X atinge o detector, produzindo sinais que são programados para converter esses dados em imagens e são então transmitidas para um computador.

Tecidos densos, como o osso, absorvem mais raios X e, portanto, aparecem mais claros nos resultados dos exames. Por outro lado, tecidos menos densos, como gordura e órgãos internos, absorvem menos radiação e, portanto, aparecem em tons mais escuros na imagem.

 

Como escolher

Com tantos modelos de tomógrafo e fabricantes no mercado, pode ser difícil escolher o equipamento de tomografia computadorizada ideal para um Centro de Imagem. Essa decisão vai depender de diversos fatores, incluindo:

  • Os tipos de exames de imagem que o Centro de Imagem pretende realizar;
  • O que as instalações físicas do Centro de imagem conseguem acomodar;
  • As exigências regulatórias que o aparelho e suas instalações precisarão atender.

A seguir, listamos os primeiros dois fatores, cobrindo as principais características dos tomógrafos e como elas irão afetar o funcionamento de um Centro de Imagem:

 

Número de Cortes (Slices)

Um dos pontos mais importantes da sua decisão de compra é o número de cortes do tomógrafo. Em linha gerais, ele representa o número de seções transversais de duas dimensões capturadas em uma única rotação do portal (gantry – suporte circular do aparelho de tomografia). Quando tomadas em conjunto, essas seções permitem criar uma construção tridimensional da região anatômica que será estudada.

Atualmente são comuns os tomógrafos Duoslice e Multislice (ou seja, multidetectores), que a cada disparo da ampola de raios-x adquirem múltiplas fatias da imagem. É normal encontrar aparelhos de 2, 4, 8, 16, 32, 40 ou 64 canais, mas há também aqueles considerados “premium”, com 128, 256 ou 320 canais.

Por que isso é importante? Porque conforme aumenta o número de cortes, o tempo do exame diminui. Depois de um certo número de cortes, um tomógrafo pode ser usado para praticamente qualquer procedimento que você desejar.

No entanto, é importante ressaltar que as tecnologias mais avançadas podem ser proibitivas ou desnecessárias para alguns tipos de exames. A diferença de preço entre um tomógrafo com 16 canais e um de 64 canais, por exemplo, pode não valer a pena caso o Centro de Imagem não planeja realizar exames cardíacos ou exames avançados de neurorradiologia.

Em resumo, no tomógrafo com um maior número de canais, temos:

  • Pontos positivos: possibilidade de realizar exames mais complexos e possibilidade de atender um volume maior de pacientes (devido ao menor tempo de exame), com maior potencial de faturamento do serviço de imagem;
  • Pontos negativos: não são necessários (apesar de oferecerem melhor qualidade de imagem) se o Centro de Imagem não planeja realizar exames cardíacos, dinâmicos ou que exijam maiores velocidade de aquisição, e apresentam custos mais altos de compra e manutenção (tecnologia é mais nova).

 

Os modelos mais encontrados

Analisando detalhadamente os modelos de tomógrafos mais encontrados:

  • 16 canais: realizam os procedimentos mais comuns a baixo custo.  Não realizam exames que requerem maior velocidade de aquisição.  São os últimos a receber atualizações de tecnologias de administração de dose.
  • 20 a 40 canais: ainda possuem limitações em relação a tipos de exames que podem ser realizados. Não suportam exames cardíacos.
  • 64 canais: tem sido os mais utilizados no mercado norte-americano pela sua flexibilidade. Realizam todos os tipos de exames de rotina e alguns de “maior complexidade”.
  • Premium (128 canais para cima): realizam todos os exames de “maior complexidade”, permitindo redução de artefatos e redução da dose de radiação através de funcionalidades mais avançadas. Por serem mais novos, são mais caros e envolvem maiores custos de treinamento e manutenção.

No final das contas, para decidir sobre o número de cortes do tomógrafo, é interessante pesar fatores como a “complexidade” dos exames que serão realizados, a quantidade de pacientes que se precisa atender e o orçamento do serviço de imagem.

 

Otimização / Redução de Doses

Uma das questões mais estudadas no campo da tomografia computadorizada é a otimização das doses de radiação, isto é, como garantir que os técnicos de radiologia conseguirão obter imagens precisas com o mínimo de radiação possível. Toda essa pesquisa fez com que as fabricantes de equipamentos desenvolvessem algumas ferramentas que ajustam a dose para o mínimo necessário.

E por que isso é importante? Porque a legislação (Portaria SVS/MS nº 453/98 e outros) determina a quantidade máxima de exposição de pacientes a radiação durante exames radiológicos. Assim, é importante estar atento se o aparelho de tomografia possui essas ferramentas de controle. Abaixo trazemos um resumo sobre as mais importantes:

  1. Controle de Exposição Automático: essa ferramenta de otimização é comumente chamada de controle de exposição automática (automatic exposure controls – AEC), mas cada fabricante tem o seu próprio nome. Ela possibilita que o ajuste dinâmico da dose para níveis ótimos durante a realização do exame conforme, por exemplo, a espessura, a posição e a composição da anatomia do paciente em cada corte.
  1. Programa de Reconstrução Iterativa: essa ferramenta de pós-processamento é normalmente chamada de reconstrução iterativa (iterative reconstruction – IR) e altera a forma como as imagens de TC são renderizadas, permitindo uma qualidade superior com menos radiação. Ela reduz a exposição de forma indireta, sem aumentar ou reduzir a exposição durante o exame em si.

Cada fabricante dá um nome diferente às funcionalidades:

  • GE Healthcare
    • Programa de Reconstrução Iterativa: ASiR
    • Controle de Exposição Automático: AutomA / SmartmA
  • Philips
    • Programa de Reconstrução Iterativa: iDose
    • Controle de Exposição Automático: DoseRight
  • Siemens
    • Programa de Reconstrução Iterativa: SAFIRE / IRIS
    • Controle de Exposição Automático: CARE Dose 4D
  • Toshiba
    • Programa de Reconstrução Iterativa: AIDR
    • Controle de Exposição Automático: SUREExposure

 

Sistema de Resfriamento

Outro ponto a se considerar na escolha do tomógrafo é o método de resfriamento. Como o gantry do equipamento possui diversos componentes elétricos, ele aquece rapidamente e requer atenção tanto dos fabricantes quanto dos próprios serviços de imagem.

Para evitar problemas de superaquecimento, há dois sistemas principais de dissipação de calor: resfriamento a ar e resfriamento a água.

  1. Resfriamento a base de ar: dependem de ventilação através de entradas externas no portal. Algumas vantagens:
    • Não é necessário se preocupar com a qualidade da água;
    • Menos manutenção preventiva; e
    • Não há necessidade de comprar e manter uma unidade de refrigeração externa.
  1. Resfriamento a base de água: dependem de unidade de resfriamento externo conectada a uma fonte de água próxima. Algumas vantagens:
    • Não requer instalações adicionais de ventilação para a sala;
    • Menos preocupação com a umidade e a temperatura do ambiente;
    • Mais silenciosos (tornam a sala mais confortável); e
    • Portal fica mais limpo.

E como isso afetará o serviço de imagem? A sala em que o tomógrafo será colocado consegue acomodar um sistema a base de água? É importante avaliar qual seriam os ajustes necessários, envolvendo desde o encanamento até o sistema de refrigeração (deve ser capaz de remover o excesso de calor gerado pelo TC).