DICOM: o que é o arquivo, como funciona e tipos de aplicações

|13 dez, 2024|Categorias: Diagnóstico|3,9 min de leitura|
radiologista analisando arquivo dicom

O DICOM mudou a forma como imagens médicas são compartilhadas e visualizadas em hospitais, clínicas e centros de diagnóstico.

Você sabe o que é exatamente esse padrão e por que ele se tornou tão essencial na área da saúde?

Bom, para começar, ele é mais do que apenas um formato de arquivo, é uma linguagem comum para todos os sistemas de imagem médica. Leia este artigo para entender melhor…

 

O que é DICOM?

O DICOM (do inglês, Digital Imaging and Communications in Medicine), é um padrão internacional projetado para a gestão, armazenamento e compartilhamento de imagens médicas.

Surgiu na década de 1980, quando a comunidade médica percebeu a necessidade de um método unificado para lidar com o crescente volume de exames digitais, como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas.

O interessante do DICOM é que ele não se limita ao armazenamento das imagens em si, ele também traz as informações relevantes do paciente, do equipamento utilizado e até do profissional que realizou o exame, tudo isso em um único arquivo.

Ele também possibilita a integração entre diferentes equipamentos e sistemas de software. Em outras palavras, imagine um hospital com máquinas de diferentes fabricantes, cada uma falando sua “própria língua”… O DICOM surgiu para unificar essa comunicação, permitindo que os sistemas conversem entre si de maneira eficaz e sem “traduções conflitantes”.

 

Como funciona

A estrutura do DICOM é composta por dois componentes principais: o protocolo de comunicação e o formato de arquivo.

O protocolo é responsável por permitir a transferência de imagens entre dispositivos, como scanners de imagem, servidores e estações de visualização.

Já o formato de arquivo é o que define como as imagens e os dados associados serão armazenados e recuperados. Isso é especialmente útil em sistemas PACS (Picture Archiving and Communication System), que são amplamente utilizados para o arquivamento e acesso às imagens.

O DICOM funciona como um “manual de instruções” para esses sistemas, especificando as regras e diretrizes que cada dispositivo deverá seguir para interpretar e transmitir os dados corretamente.

Por exemplo, ele define como as imagens devem ser comprimidas, como os dados demográficos do paciente são incorporados e como os metadados de um exame devem ser tratados.

Tudo isso torna a leitura e análise das imagens mais rápida e segura, algo crucial em um ambiente onde decisões precisam ser tomadas com agilidade.

 

medico abrindo arquivo dicom

 

Benefícios do DICOM

O DICOM permite que as imagens sejam acessíveis de forma remota e instantânea, algo que a telerradiologia aproveita muito bem.

Imagine um radiologista analisando uma ressonância de um paciente que está em outra cidade – o DICOM torna isso possível e sem perda de qualidade da imagem. Além disso, ele garante a interoperabilidade entre sistemas de diferentes fornecedores, o que significa que um hospital pode adquirir novos equipamentos sem precisar substituir todo o software já instalado.

Outro benefício é a padronização. Quando se fala em DICOM, estamos falando de um conjunto de regras que todos os dispositivos seguem, o que reduz a chance de erro na interpretação dos dados e facilita a integração de novas tecnologias, como inteligência artificial e aprendizado de máquina.

Tudo isso sem contar o impacto na segurança: como o DICOM inclui dados do paciente e informações do exame no mesmo arquivo, ele permite um controle de acesso mais rigoroso e rastreamento preciso de quem acessou, o quê e quando.

 

Como ele pode ser aplicado?

As principais aplicações do DICOM incluem seu uso nas áreas de:

  • Radiologia, como em tomografias, radiografias, ressonâncias;
  • Cardiologia, como em ecocardiogramas, angiografias;
  • Oftalmologia, como em imagens de retina e córnea;
  • Dermatologia, como em imagens de lesões cutâneas;
  • Entre outras.

 

Opinião do autor

O DICOM veio para ficar, e sua evolução continua a moldar o futuro da imagem médica.

Com a crescente adoção de novas tecnologias, como a radiologia baseada em nuvem e a integração de inteligência artificial, o papel do DICOM deve se expandir ainda mais, permitindo análises mais rápidas, diagnósticos mais precisos e, no final das contas, um cuidado melhor para o paciente.

Claro, desafios ainda existem, como em qualquer sistema complexo. Mas, no geral, o DICOM se mostrou um grande passo na digitalização da saúde, possibilitando um mundo onde as barreiras geográficas não são mais um obstáculo para o diagnóstico e tratamento médico.