A tireóide é uma glândula que possui grande importância no organismo, pois é uma peça fundamental na produção de hormônios que fazem a regulagem de muitas funções do corpo.
Por se tratar de algo que mexe tão amplamente com o funcionamento do organismo, ao se ter alterações nos níveis dos hormônios tireoidianos uma grande variedade de sintomas podem surgir.
Ficar atento às mudanças sejam elas sutis ou bruscas no seu corpo, é fundamental para que você procure ajuda o quanto antes.
Continue lendo este artigo para entender melhor sobre o assunto.
1. O que é tireóide?
A tireóide é uma das maiores glândulas do corpo humano, localizada no pescoço, um pouco abaixo do pomo de adão. Ela tem um formato de borboleta e atua na produção dos hormônios T3 e T4.
Quando ocorre alguma alteração nessa glândula, o que pode acontecer é ela liberar menos ou mais quantidade de hormônio do que o habitual.
Ela pode intererir em:
- Peso;
- Concentração;
- Fertilidade;
- Humor;
- Regulação do ciclo menstrual;
- Dentre outros.
2. Principais problemas
A maior parte dos problemas que ocorrem na tireóide estão ligados à liberação de hormônios.
Portanto, cada situação gera um certo tipo de disfunção.
Dentre os principais problemas, podemos citar:
Hipertireoidismo: os hormônios da tireóide são liberados em grande quantidade, fazendo com que o organismo comece a trabalhar de forma mais veloz do que antes. Alguns dos sintomas do hipertireoidismo são: agitação fora do normal, aumento da frequência cardíaca e palpitações, perda de peso , e suor em excesso. Existem múltiplas causas para esse problema e a principal delas está relacionada a , a doenças autoimunes, algumas medicações, processos inflamatórios, ou mesmo alguns nódulos na glândula.
Hipotireoidismo: a tireóide libera menos hormônios, fazendo com que o corpo funcione mais devagar. Alguns dos sintomas do hipotireoidismo são: sonolência, redução da frequência cardíaca, cansaço, ganho de peso e depressão. Neste caso, o organismo age como se estivesse querendo poupar a pessoa de gastar muita energia.
Nódulo na tireóide: eventualmente, é possível observar o aparecimento de nódulos na tireóide, que em geral são assintomáticos. Na maior parte dos casos, quando se encontra um nódulo na tireóide o seu diagnóstico é benigno. Porém, é necessário sempre investigá-lo com ultrassonografia e algumas vezes realizar biópsia. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia estima que cerca de 60% dos brasileiros possuirão nódulos de tireoide em alguma etapa da vida. Porém, apenas 5% desses casos são malignos.
3. Principal desbalanço hormonal
O principal desbalanço hormonal da tireoide é o hipotireoidismo, os estudos populacionais mostram que cerca de 4,5% da população apresenta essa condição.
Ainda que o número de casos seja grande, muitos pacientes não têm o diagnóstico ou não fazem o tratamento de forma adequada.
A razão para isso acontecer se dá por conta da diversidade de sintomas, que faz com que o diagnóstico seja dependente de avaliação laboratorial e a dificuldade que algumas pessoas apresentam de ajustar a rotina para realizar o tratamento, que deve ser feito com uso de medicação pela manhã, 30 minutos antes da primeira refeição.
Já para o hipertireoidismo, estima-se que ele está presente em 1,3% da população, acometendo principalmente as mulheres e tabagistas.
4. Sintomas
Como dito anteriormente há uma grande variedade de sintomas relacionados a alterações da secreção hormonal da tireoide, e como podemos notar os sintomas do hipotireoidismo e hipertireoidismo podem ser opostos uns dos outros.
Para alguns grupos populacionais específicos precisamos ficar mais atentos a esses sintomas.
Os idosos maiores de 65 anos de idade podem ser mais suscetíveis a mudanças nos hormônios da tireóide. Em grande parte dos casos acontece o hipotireoidismo e nem sempre é necessário tratamento quando há alteração laboratorial, porém o paciente está assintomático.
Quem tem histórico familiar de parentes com problemas na tireóide precisa ficar atento, pois grande parte das doenças que acometem a glândula são autoimunes e sendo assim há um componente genético na sua ocorrência.
As mulheres também devem ter uma atenção maior quanto a isso, uma vez que são as mais acometidas por doenças autoimunes. A deficiência hormonal sempre deve ser tratada nas nas gestantes, pois esses hormônios são fundamentais no processo de desenvolvimento do feto.
O hipotireoidismo pode ocorrer também nos bebês recém-nascidos, que podem ter hipotireoidismo congênito e serem rapidamente diagnosticado através do teste do pezinho. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível para que não apresentem sequelas no futuro.
Referências para leitura:
- Maia, Ana Luiza, et al. “Consenso brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 57 (2013): 205-232.
- Maciel, Léa Maria Zanini, et al. “Hipotireoidismo congênito: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 57 (2013): 184-192.
- Maia, Ana Luiza, et al. “Nódulos de tireóide e câncer diferenciado de tireóide: consenso brasileiro.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 51 (2007): 867-893.
- Graf, Hans. “Doença nodular de tireóide.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 48 (2004): 93-104.
- Maciel, Léa Maria Zanini, and Patrícia KR Magalhães. “Tireóide e gravidez.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 52 (2008): 1084-1095.
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