Grávida pode fazer ressonância? Estudo aponta que sim!
O estudo publicado no Journal of the American Medical Association aponta que durante o primeiro trimestre de gestação, uma mulher grávida pode fazer ressonância com segurança. No entanto, a exposição ao contraste de gadolínio em qualquer de suas formas, incluindo durante exames de ressonância, resultou no aumento do risco de efeitos colaterais para o feto após o nascimento.
Os pesquisadores examinaram mais de 1,42 milhões de registros médicos em Ontário, Canadá, entre 2003 e 2015. Eles examinaram o risco de os bebês virem a morrer nos 28 dias subsequentes ao nascimento, bem como de desenvolver anomalias congênitas e outras potenciais doenças após serem expostos à ressonância no primeiro trimestre ou à ressonância com gadolínio.
Cerca de 5.600 das mulheres que constavam nos registros foram submetidas a exames de ressonância durante a gestação – aproximadamente 1.700 durante o primeiro trimestre e cerca de 400 delas com o uso de gadolínio (em qualquer estágio da gestação).
Ao calcular o risco de tal procedimento para os nascituros, os pesquisadores fizeram um ajuste por risco, considerando que as mulheres que precisaram se submeter a exames de ressonância tinham uma maior probabilidade de ter problemas de saúde (que exigiam exames de ressonância) que poderiam impactar na saúde dos seus filhos do que aquelas que não precisaram se submeter a tais exames.
Resultados da pesquisa realizada com mulheres grávidas que fizeram e que não fizeram ressonância
No grupo exposto a RM, houve 10,9 natimortos a cada 1.000 nascimentos, enquanto no grupo não exposto houve apenas 6,9 natimortos para cada 1.000. No entanto, a incidência de anomalias congênitas não foi muito diferente entre os dois grupos: 33,8 a cada 1.000 no grupo exposto e 24 a cada 1.000 no grupo não exposto.
No grupo exposto ao gadolínio, houve 17,6 natimortos a cada 1.000 nascimento. Ainda, os fetos que foram expostos ao gadolínio durante o exame de ressonância na gravidez apresentaram ao longo de suas vidas uma maior incidência de condições reumatoides e inflamatórias, dentre outras: 125,8 a cada 1.000 no grupo exposto e 93,7 a cada 1.000 no grupo não exposto. No entanto, vale notar que o risco de anormalidades congênitas não mudou entre os dois grupos.
Conclusão
Os autores do estudo foram cuidadosos ao apontar que é possível que existam outros e raros possíveis efeitos colaterais de qualquer modalidade de exame de RM que não tenham sido capturados no estudo devido ao fato de que o grupo de mulheres estudado foi relativamente pequena.
No entanto, quer lhes parecer que a realização regular de exame de RM durante o primeiro trimestre de gravidez não apresenta um aumento estatisticamente significante do risco para o feto, enquanto a exposição do gadolínio a qualquer momento durante a gravidez poderia ser perigosa para o feto.
Os pesquisadores aguardam mais estudos para determinar a segurança de exames sem gadolínio durante o segundo e terceiro trimestres de gestação.
Via Radiology Business. Clique aqui para acessar a matéria na íntegra.
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