Burnout: causas, sintomas e como evitar o esgotamento

|30 abr, 2025|Categorias: Patologia|3,8 min de leitura|
homem sofrendo de esgotamento burnout

Já sentiu que não importa o quanto você durma, o quanto descanse ou até se esforce, nada parece aliviar a sensação de esgotamento? Tipo um cansaço que não vai embora? Pois é, isso pode não ser só falta de energia — pode ser burnout.

Não é exagero. Na correria do dia a dia, entre prazos apertados, expectativas altas e aquela pressão para “dar conta de tudo”, é fácil ignorar os sinais do corpo. Até que um dia, de repente, você percebe que está operando no automático e que coisas simples se tornaram insuportáveis. Aí você se pergunta: “Como cheguei aqui?”

 

O que é burnout, e por que parece que todo mundo tá falando disso?

Burnout é basicamente o corpo dizendo: “Chega!” Não é só cansaço físico. É exaustão emocional, mental e até espiritual (se é que dá pra usar essa palavra). A OMS (Organização Mundial da Saúde) descreve como uma síndrome causada pelo estresse crônico no trabalho, mas, sinceramente? Vai além.

Os principais sinais? Olha só:

  1. Cansaço extremo: o tipo de cansaço que não passa nem com férias.
  2. Falta de paciência e desinteresse: tarefas simples começam a parecer pesadas, e até pessoas que você gosta passam a te irritar.
  3. Sensação de ineficácia: você trabalha, trabalha, trabalha… e sente que não sai do lugar.

E o mais perigoso? Você demora pra perceber. Vai mascarando com café, horas extras, talvez até fingindo que está tudo bem. Spoiler: não tá.

 

Mas por que isso acontece tanto agora?

Ah, a era moderna. A gente vive num mundo que aplaude quem “não para nunca”. E não importa a área: seja um médico, professor, estudante ou freelancer, a pressão tá em todo lugar.

  • Excesso de trabalho: óbvio, né? Mas não é só o volume — é a intensidade, a urgência, a falta de pausas.
  • Falta de reconhecimento: ninguém nota seu esforço. Ou pior, notam, mas acham que é sua “obrigação”.
  • Pressão digital: estamos online o tempo todo. As notificações no Whatsapp apitando em tempo integral. A vida online parece não ter botão de pausa.
  • Expectativas irreais: tanto externas quanto internas. Porque, convenhamos, às vezes nós mesmos somos nossos piores chefes.

E assim, sem perceber, você vai acumulando… Um dia você dá conta. No outro, talvez também. Até que chega aquele momento em que tudo desmorona.

 

Tá, e agora? O que fazer?

Primeira coisa: não tente “dar conta” sozinho. Burnout não se resolve com força de vontade ou “pensamento positivo”. Algumas ideias pra começar:

  1. Admitir que algo está errado: parece simples, mas não é. A gente tem essa mania de achar que é fraqueza admitir que precisa de ajuda. Mais um spoiler: não é.
  2. Falar com alguém: amigo, terapeuta, parceiro. O importante é externalizar. O burnout adora o silêncio.
  3. Desacelerar: tire tarefas da sua lista. Literalmente. Pergunte-se: isso precisa MESMO ser feito agora?
  4. Desconectar: e-mails às 10 da noite? Mensagens no almoço? Não, obrigado.
  5. Cuidar do básico: sono, alimentação, exercício. O tripé que a gente vive ignorando.

Parece óbvio? Talvez. Mas, na prática, o que é óbvio muitas vezes é o que mais negligenciamos.

 

Dá pra evitar o burnout?

Olha, talvez não seja possível evitar completamente. Mas dá pra diminuir as chances. Aqui vão algumas dicas que funcionam pra muita gente:

  • Faça pausas, de verdade: não é só levantar pra pegar café. É parar, respirar, fazer algo que te desconecte um pouco.
  • Aprenda a dizer não: difícil, né? Mas libertador.
  • Separe o trabalho da vida pessoal: horários fixos para começar e terminar ajudam mais do que você imagina.
  • Reveja suas prioridades: a gente não precisa ser bom em tudo, nem fazer tudo.

E, claro, lembre-se de que o mundo não vai acabar porque você decidiu se cuidar um pouco.

 

Opinião do autor

Burnout não é fraqueza, preguiça ou falta de dedicação. É um reflexo de como estamos vivendo — ou, talvez, sobrevivendo. Isso me faz pensar que, no fundo, a sociedade está precisando desacelerar.

A verdade é que ninguém consegue funcionar no limite por muito tempo. O corpo cobra, e a mente também. Por isso, mais do que “dar conta”, talvez seja hora de entender que cuidar de si mesmo não é perda de tempo – é uma prioridade. Afinal, só conseguimos dar o nosso melhor quando estamos inteiros.