Superlotação nos Hospitais: possíveis causas e soluções 

|24 jun, 2024|Categorias: Gestão Médica|12 min de leitura|
paciente esperando por conta de superlotacao nos hospitais

A superlotação nos hospitais é um problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo mundo.

É uma questão persistente e que acaba gerando uma cascata de consequências como longas filas de atendimento e falta de leitos e recursos para o tratamento adequado dos pacientes.

A precariedade e a falta de investimentos no setor promovem uma demora na avaliação inicial dos pacientes, no diagnóstico e na instituição de terapêuticas, resultando em efeitos negativos para os pacientes que sofrem com complicações e comorbidades.

O aumento da demanda por serviços de saúde tem levado à procura por alternativas como o uso de empresas de ambulância particular em SP, em especial nas grandes cidades, visando um atendimento mais ágil e personalizado.

A superlotação nos hospitais também pode comprometer a qualidade dos cuidados médicos, uma vez que os profissionais de saúde ficam sobrecarregados e não têm tempo suficiente para fornecer atenção personalizada a cada paciente.

Este é um assunto que precisa ser discutido, visto que o problema da superlotação nos hospitais envolve inúmeras questões e atinge toda a população. Continue lendo esse artigo para entender mais sobre o assunto!

 

Quais são as causas da superlotação nos hospitais?

emergencia medica em superlotacao nos hospitais

Muitas pessoas têm em mente que a causa de um hospital ficar superlotado é por conta do número reduzido de leitos que ele oferece. No entanto, esse é apenas um dos inúmeros problemas que ocasionam essa situação.

A superlotação nos hospitais, reflete essa insuficiência quantitativa de serviços, notadamente leitos de internação efetivos, mas também uma gestão insuficiente dos processos assistenciais, problema observado internacionalmente, e que no sistema de saúde brasileiro afeta tanto os serviços do SUS como aqueles da saúde suplementar.

Um levantamento que foi divulgado pelo Tribunal de Contas da União, chegou a conclusão de que 64% dos 116 hospitais que foram visitados enfrentavam situação de superlotação com frequência, enquanto que os outros 36% estariam operando além de sua capacidade em determinadas ocasiões.

Dentre os principais problemas que levam isso a acontecer, se encontram:

 

Falta de equipamentos

Um dos principais problemas que fazem com que a superlotação nos hospitais aconteça é a falta de equipamentos para que o paciente consiga ser bem atendido e de forma otimizada.

Muitos hospitais, por exemplo, possuem leitos, mas acabam sem a estrutura necessária para acomodar os pacientes nesses quartos, como a falta de monitores e ventiladores pulmonares. Isso pode resultar em pacientes esperando por várias horas ou dias para serem atendidos ou mesmo sendo transferidos para outras unidades de saúde, aumentando ainda mais a sobrecarga nos hospitais.

 

Falta de profissionais

A superlotação também pode acontecer por causa da falta de profissionais adequados para prestar o serviço necessário. No estudo publicado pelo TCU, 80% dos hospitais avaliados contavam com a falta de enfermeiros e médicos. Por isso, muitos leitos disponíveis ficam fechados, visto que não possuem mão de obra suficiente para atender os pacientes.

A superlotação faz com que o atendimento seja mais corrido e, às vezes, ineficiente, justamente por conta do funcionário não ter o tempo necessário para dar atenção e o cuidado que o paciente necessita.

 

Má distribuição de médicos

Ainda que o número de pessoas formadas em medicina só cresça, ainda há uma desigualdade muito grande no que diz respeito à distribuição geográfica de profissionais no país.

A região sudeste conta com 2,81 médicos para cada grupo de mil habitantes, enquanto que a região norte conta com apenas 1,16 segundo a Pesquisa da Demografia Médica de 2018.

O número é ainda maior quando se analisa as diferenças de profissionais existentes nas capitais e nas cidades do interior. Quando há uma concentração excessiva de médicos em áreas urbanas, as áreas rurais e periféricas podem ficar sem acesso adequado a cuidados médicos. Isso pode resultar em uma sobrecarga nos hospitais das áreas urbanas, enquanto as unidades de saúde das áreas rurais ficam subutilizadas.

É importante garantir que a distribuição de profissionais de saúde seja equitativa para garantir que todas as pessoas tenham acesso aos cuidados médicos de que precisam, independentemente de onde vivem.

 

Baixa remuneração

Nem sempre a remuneração dos profissionais de saúde condiz com suas cargas de trabalho e as demandas exigidas. Quando estes profissionais não são bem remunerados, eles podem procurar outras áreas de trabalho ou até mesmo em outros países, o que pode levar a uma escassez de profissionais de saúde em determinadas regiões.

Além disso, a sobrecarga de trabalho e as condições estressantes que frequentemente acompanham a baixa remuneração podem levar a um aumento do absenteísmo e do turnover dos profissionais de saúde, o que só agrava a escassez de profissionais.

Dessa forma, a responsabilidade e pressão que se tem ao atuar na área da saúde, atrelados a falta de incentivo com baixos salários, fazem com que os funcionários fiquem desmotivados e pouco produtivos.

 

Aumento do tempo de permanência em um leito

A limitação ao acesso de serviços de saúde após alta do paciente, como o planejamento do cuidado e as consequências clínicas, sociais e econômicas ou na proposição de medidas como a internação domiciliar e da instituição de cuidados alternativos, aumenta o tempo de permanência do paciente no serviço hospitalar pelo atraso entre o momento em que é definida a sua alta até a saída do serviço.

Dessa forma há necessidade de uma boa gestão para promover uma alta segura e reduzir novas internações.

 

Problemas relacionados a superlotação nos hospitais no Brasil

Uma das causas para a superlotação dos hospitais no Brasil é a deficiência de assistência primária, pois por conta da dificuldade em obter atendimento no posto de saúde, muitas pessoas recorrem ao pronto-socorro.

Além disso, há uma falta de informação para a população sobre qual serviço de saúde recorrer dependendo da sua queixa, fazendo com que os pacientes procurem os hospitais com doenças de menor gravidade.

Então, para que se possa reverter esse quadro, o Ministério da Saúde vem fazendo um investimento nessas unidades de assistência primária, para que possam cuidar desses pacientes de baixa complexidade e aliviar a situação de hospitais superlotados, melhorando a acessibilidade, o tempo de espera, custos e resultados para o paciente.

 

Quais são as consequências ocasionadas pela superlotação nos hospitais?

medica cansada em superlotacao nos hospitais

A superlotação pode ter consequências graves para os pacientes como:

  • Atrasos no atendimento: Em um ambiente hospitalar superlotado, os pacientes podem ter que esperar por longos períodos para serem atendidos, o que pode agravar seus sintomas e piorar sua condição.
  • Piora da qualidade do atendimento: Os profissionais de saúde podem não ter tempo suficiente para fornecer atendimento de alta qualidade a todos os pacientes, o que pode afetar negativamente a saúde dos pacientes.
  • Problemas de privacidade e segurança: Os pacientes podem ter dificuldade em obter privacidade e segurança adequadas, o que pode afetar negativamente sua recuperação.

Porém não é apenas ao paciente que a superlotação dos hospitais afeta, ela pode ter graves consequências para os profissionais de saúde. Trabalhar em um ambiente hospitalar superlotado pode ser extremamente estressante para os profissionais de saúde, o que pode afetar sua saúde física e mental, ocasionando fadiga, insônia e até mesmo ao burnout.

 

Possíveis soluções

Para poder resolver essa situação, exige-se algo mais complexo que se deve começar através de um mapeamento das principais causas, vindo dos gestores de saúde e das esferas governamentais.

Algumas das soluções que podem ser aplicadas são:

 

Investir em tecnologia

telerradiologia radiologia a distancia

Quando os recursos de pessoas são insuficientes, é preciso que se tenha um alívio da carga de trabalho dos profissionais que estão trabalhando.

Investir em tecnologias inovadoras, como telemedicina e sistemas de informação em saúde, pode ajudar a aumentar a eficiência dos hospitais, melhorar a qualidade do atendimento e reduzir a superlotação nos hospitais.

Então, um modo inteligente de fazer com que isso aconteça é realizar a contratação de serviços de laudos médicos à distância. Dessa forma, a unidade pode contar com médicos radiologistas especialistas que estarão aptos e disponíveis remotamente, 24h por dia.

O envio e recebimento dos registros e imagens é feito por meio de plataforma online, agilizando e automatizando o processo. Como exemplo, no último semestre, a STAR Telerradiologia contabilizou 34 minutos como tempo médio de entrega dos laudos urgentes.

 

Investir em infraestrutura

É preciso investir em hospitais, equipamentos e recursos para garantir que haja leitos disponíveis e uma equipe de profissionais de saúde suficiente para atender a todos os pacientes.

Algumas formas de se expandir o número de leitos é por meio da elevação de financiamento público para garantir acesso e uso universal, realizar parcerias com outras instituições de saúde, como clínicas ou hospitais privados e realizar treinamento de profissionais de saúde para gerenciar de forma eficiente o uso de leitos e assim maximizar o número de leitos disponíveis.

Além disso, a organização e manutenção da infraestrutura física dos hospitais são essenciais para evitar a superlotação e garantir o atendimento adequado dos pacientes. Um exemplo simples mas que impacta diretamente nesse contexto é a lavanderia. A lavanderia hospitalar desempenha um papel crucial, garantindo que os lençóis, uniformes e outros tecidos estejam sempre limpos e disponíveis.

A falta de uma lavanderia eficiente como uma lavanderia dry wash pode levar à escassez de roupas de cama e uniformes, contribuindo ainda mais para o caos e atrasos no atendimento. Portanto, investir em um sistema de lavanderia bem gerenciado é vital para a operação suave de qualquer hospital, ajudando a aliviar a pressão sobre os recursos e melhorar a eficiência do atendimento ao paciente.

 

Investir em Logística e Mobilidade de Equipamentos

Além das medidas já mencionadas, uma abordagem muitas vezes subestimada, mas crucial, é a melhoria da logística e mobilidade interna dos equipamentos hospitalares. Neste contexto, a parceria com empresas especializadas em mudança pode ser um diferencial. Essas empresas podem oferecer soluções sob medida para a realocação eficiente de equipamentos médicos pesados e sensíveis, facilitando reestruturações necessárias dentro do hospital ou entre diferentes unidades de saúde.

Uma gestão logística eficaz, auxiliada por profissionais de mudanças, pode otimizar o espaço disponível, permitindo a criação de novos leitos ou a reorganização de áreas de atendimento, contribuindo assim para aliviar a superlotação. Por exemplo, a realocação rápida e segura de equipamentos de radiologia ou unidades de terapia intensiva pode ser fundamental durante períodos de alta demanda, permitindo uma resposta mais ágil às necessidades em constante mudança do hospital.

Essa estratégia não só ajuda a maximizar o uso eficiente do espaço físico disponível, mas também assegura que os equipamentos essenciais estejam onde são mais necessários, garantindo assim um atendimento mais eficiente e ágil aos pacientes. Portanto, investir em parcerias com empresas de mudanças qualificadas pode ser uma peça chave na solução da superlotação hospitalar, contribuindo para uma gestão mais dinâmica e flexível dos recursos físicos do hospital.

 

Investir na atenção primária de saúde

As unidades de assistência primária fornecem um cuidado integral e eficaz aos pacientes, incluindo prevenção, diagnóstico, tratamento de doenças de baixa complexidade e cuidados crônicos, para atender às necessidades de saúde dos pacientes.

Com campanhas de promoção de saúde, a unidade básica promove a educação e sensibiliza a população sobre a importância de cuidar da saúde e procurar atendimento médico de forma precoce, evitando agravos que possam levar à hospitalização.

Dessa forma, ao garantir números adequados de profissionais, equipes de Saúde da Família completas, realização de exames em tempo oportuno e aumento da atenção especializada ambulatorial, essas medidas ajudam a reduzir a demanda por serviços de saúde de alta complexidade, garantindo que as pessoas recebam cuidados de saúde preventivos e de qualidade.

 

Melhora na gestão de equipe

É importante investir em líderes capacitados que possam motivar, orientar e apoiar a equipe de saúde a enfrentar desafios e melhorar a qualidade do atendimento, bem como, estimular a comunicação aberta e transparente entre todos os profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais.

Além disso, é fundamental aumentar a capacitação dos profissionais de saúde, realizando treinamento e assim aprimorando suas habilidades e competências, levando a uma melhor capacidade de lidar com a superlotação e outros desafios.

A saúde mental e física dos profissionais de saúde também impacta na qualidade do atendimento, dessa forma promover uma carga de trabalho equilibrada para evitar a fadiga e a sobrecarga dos profissionais de saúde é essencial.

 

Perguntas frequentes

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