Desvendando o Autismo: O que é e como é diagnosticado?

|24 jun, 2024|Categorias: Patologia|6 min de leitura|
menino com autismo realizando atividades

A compreensão do autismo é vital para apoiar aqueles que vivenciam o mundo através do espectro autista. Com a crescente conscientização, torna-se essencial desmistificar as características e o diagnóstico do autismo.

Neste post, proporcionamos esclarecimentos sobre esta condição e seu processo de diagnóstico.

 

O que é o autismo?

O autismo é uma condição do desenvolvimento neurológico que se manifesta durante os primeiros anos de vida, embora muitas vezes seja diagnosticado posteriormente.

É reconhecido por um espectro, uma vez que cada pessoa com autismo apresenta um conjunto único de habilidades e desafios.

 

Para os médicos

É importante destacar que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é uma doença, mas uma variação do desenvolvimento neurológico. O TEA é caracterizado por diferenças na comunicação e interação social, padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos e repetitivos, e respostas sensoriais únicas, como descrito no DSM-5. O diagnóstico exige uma avaliação abrangente, que pode incluir, mas não está limitado a observações clínicas, escalas diagnósticas padronizadas e feedback de cuidadores.

 

Para as famílias recém-introduzidas ao diagnóstico

Receber um diagnóstico de autismo pode ser um momento de muitas emoções e perguntas. Entender o autismo como um espectro é crucial; significa que, embora existam características comuns, a experiência de seu filho é única. O TEA pode afetar a capacidade de seu filho de comunicar-se e interagir com os outros de maneiras esperadas, ele pode ter interesses muito focados ou responder a estímulos sensoriais de maneira diferente. O diagnóstico é o primeiro passo em direção a entender as necessidades específicas do seu filho e buscar o suporte adequado.

 

crianças com autismo brincando

 

Características Principais do TEA

De acordo com o DSM-5, as características do autismo incluem:

  • Dificuldades na Comunicação Social: Indivíduos no espectro do autismo podem lutar com a compreensão e uso de linguagem verbal e não-verbal. Isso pode resultar em desafios ao iniciar ou manter uma conversa, ausência de jogos imaginativos variados, ou dificuldade em fazer ou manter amizades.
  • Comportamentos Repetitivos: Comportamentos repetitivos podem manifestar-se como balanço, bater palmas, ou alinhamento obsessivo de objetos. Eles também podem insistir na mesma rotina e demonstrar intensa distração com mudanças.
  • Interesses Restritos: Esses interesses podem focar em um aspecto específico de um objeto ou um tópico de interesse intenso, frequentemente excluindo outros.
  • Desafios de Interação Social: Isso pode incluir a falta de reciprocidade emocional ou social, não compartilhando interesses ou emoções com outras pessoas.
  • Respostas Sensoriais Atípicas: Isso pode incluir indiferença à dor/temperatura, reações adversas a sons ou texturas específicas, fascínio por luzes ou movimento.

 

Como é feito o diagnóstico do autismo?

O diagnóstico do autismo é meticuloso e interdisciplinar, projetado para obter uma compreensão abrangente do indivíduo.

  • Avaliação Comportamental: Esta avaliação é geralmente conduzida por psicólogos especializados em desenvolvimento infantil ou especialistas em análise do comportamento, que utilizam observações diretas e entrevistas com cuidadores para mapear os comportamentos do indivíduo.
  • Avaliação de Desenvolvimento: Pediatras especializados ou psicólogos do desenvolvimento usam avaliações padronizadas para medir o progresso do indivíduo em relação às expectativas de desenvolvimento para sua idade. Essas ferramentas avaliam habilidades de comunicação, sociais, cognitivas e motoras.
  • Avaliação Médica e Genética: Um geneticista ou neurologista pediátrico pode realizar uma avaliação para excluir outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes ao autismo, como síndromes genéticas ou questões neurológicas. Eles podem recomendar exames como análise de cromossomos ou ressonância magnética.
  • Avaliações Interdisciplinares: Uma equipe interdisciplinar, que pode incluir, além dos já mencionados, fonoaudiólogos para avaliar a comunicação, e terapeutas ocupacionais para examinar habilidades de vida prática e sensoriais, oferece uma visão mais completa do indivíduo.
  • Autoridade para Emitir o Laudo: O laudo diagnóstico final é geralmente emitido por um médico especialista, como um psiquiatra infantil ou um neurologista pediátrico, após uma revisão completa de todas as avaliações e consultas com a equipe interdisciplinar. Este documento é elaborado de acordo com os critérios diagnósticos estabelecidos e com as informações coletadas durante todo o processo de avaliação.

 

O Papel da Análise do Comportamento no Diagnóstico

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma metodologia científica que desempenha um papel crucial no diagnóstico do autismo, permitindo aos profissionais compreender e melhorar o comportamento social e o aprendizado. Através da ABA, comportamentos específicos são identificados e estratégias personalizadas são desenvolvidas para promover habilidades sociais e de comunicação, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A ABA se integra na abordagem interdisciplinar, onde diversos especialistas, de psicólogos a terapeutas ocupacionais, colaboram em conjunto. Este trabalho em equipe baseia-se nas sete dimensões da ciência comportamental para garantir que as intervenções sejam individualizadas e generalizáveis para o cotidiano do paciente, reforçando a importância das práticas baseadas em evidências científicas.

As intervenções comportamentais são cuidadosamente projetadas para serem aplicadas tanto em ambientes controlados quanto em situações do dia a dia, promovendo independência e adaptação social. Assim, ao compreender a interação entre o indivíduo e seu ambiente, a ABA oferece uma ferramenta poderosa para o diagnóstico e suporte contínuo a pessoas no espectro autista.

 

criança com autismo realizando atividade

 

Mitos e verdades sobre o autismo

  • Mito 1: “O autismo é causado por más práticas de criação.” – A ciência mostrou que o autismo tem bases genéticas e biológicas.
  • Mito 2: “Vacinas causam autismo.” – Pesquisas extensivas não encontraram nenhuma ligação entre vacinas e autismo.
  • Mito 3: “Pessoas com autismo não podem formar relacionamentos.” – Muitos no espectro do autismo formam relacionamentos significativos e profundos, embora possam interagir de maneira diferente.
  • Verdade 1: “O autismo é um espectro.” – Isso significa que há uma grande variedade de como o autismo pode se manifestar em indivíduos.
  • Verdade 2: “Pessoas com autismo podem levar vidas plenas e produtivas.” – Com suporte adequado, muitos podem alcançar sucesso e satisfação pessoal.
  • Verdade 3: “Intervenções precoces são fundamentais.” – Quanto mais cedo a intervenção começar, mais oportunidades o indivíduo tem de desenvolver habilidades importantes.

 

Conclusão

Neste artigo, exploramos a natureza do TEA e a importância de um diagnóstico cuidadoso. Reconhecemos e recomendamos a Clínica Formare, que se destaca pelo tratamento humanizado e especializado em ABA. Eles oferecem uma abordagem interdisciplinar e personalizada, garantindo que cada paciente atinja seu máximo potencial.

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