A nefrostomia é um procedimento cirúrgico utilizado para aliviar a obstrução do trato urinário e garantir a drenagem adequada da urina dos rins.

O procedimento pode ser temporário ou permanente, e é uma opção de tratamento importante para pacientes com doença renal.

Neste artigo, será abordado em detalhes o que é a nefrostomia, como é realizada, os riscos e benefícios, e as recomendações para o cuidado após o procedimento.

 

O que é nefrostomia?

Nefrostomia é um procedimento cirúrgico no qual um cateter é colocado através da pele, diretamente na pelve renal, para permitir a drenagem da urina dos rins para o exterior do corpo, sendo coletada em um saco externo de drenagem.

Esse procedimento é realizado nos pacientes com obstruções do trato urinário por cálculos renais, tumores obstrutivos, ou outras condições que comprometam a função renal.

 

Quando é indicada?

A nefrostomia é indicada em diversas situações em que há obstrução ou disfunção do trato urinário superior, que incluem:

  • Obstrução ureteral: pode ser indicada quando há obstrução do ureter que impede a urina de passar do rim para a bexiga, como nos casos de tumores, coágulos sanguíneos, cálculos renais ou estreitamentos do ureter.
  • Infecção renal: pode ser indicada em casos de infecção renal grave ou recorrente que não responde aos tratamentos mais conservadores.
  • Obstrução congênita: algumas pessoas nascem com obstruções dos canais de drenagem renal, que podem ser tratadas com nefrostomia.
  • Preparação para cirurgia: em alguns casos, o procedimento pode ser indicado como acesso para procedimentos em pacientes que vão realizar cirurgias renais ou do trato urinário.

Além dessas, existem outras condições que podem requerer a realização do procedimento, sendo seu uso uma decisão médica individualizada para cada paciente que depende das necessidades e condições específicas de cada caso.

 

Tipos

Existem duas principais abordagens cirúrgicas para a realização de uma nefrostomia: a percutânea e a aberta.

  • Nefrostomia percutânea é realizada através de uma pequena incisão na pele e inserção de um cateter no sistema coletor renal guiado por fluoroscopia (raio X) ou ultrassom. Este tipo de procedimento geralmente leva de 30 minutos a 1 hora para ser concluído, dependendo da complexidade do caso e do número de punções necessárias para acessar o rim. É menos invasivo do que a nefrostomia aberta, o que reduz riscos de complicações cirúrgicas e de internação hospitalar, bem como apresenta uma rápida recuperação no pós-procedimento.
  • Nefrostomia aberta é uma técnica mais invasiva, realizada sob anestesia geral e pode levar de 1 a 3 horas, dependendo da extensão da cirurgia. O procedimento envolve a realização de uma incisão na região lombar para acessar diretamente a pelve renal e inserir o cateter de nefrostomia.

Durante o procedimento, o cirurgião tem uma visão direta da pelve renal e pode remover qualquer obstrução ou lesão que esteja causando a disfunção do trato urinário superior.

Este tipo de procedimento é geralmente reservado para casos mais complexos, como extensos tumores renais ou obstruções complicadas em que a nefrostomia percutânea não é adequada ou não é possível.

Devido à natureza mais invasiva do procedimento, a recuperação após a nefrostomia aberta pode levar mais tempo do que a nefrostomia percutânea, e o paciente pode precisar ficar hospitalizado por alguns dias para monitorar a função renal e a recuperação do procedimento.

É importante notar que, depois de realizado o procedimento, é necessário usar uma bolsa externa para coletar a urina e esvaziá-la regularmente.

 

Por quanto tempo o paciente pode ficar com a nefrostomia?

A duração da nefrostomia depende da condição que está sendo tratada e da resposta do paciente ao tratamento.

Em geral, a nefrostomia é temporária e pode ser removida assim que a causa subjacente da obstrução do trato urinário é resolvida.

Por exemplo, se um cálculo renal estiver causando obstrução e o procedimento foi realizado para permitir a drenagem da urina, a nefrostomia pode ser removida uma vez que o cálculo for removido.

Em outros casos, o procedimento pode ser necessário por um período mais longo, como na situação em que o paciente tenha uma doença crônica ou uma condição que cause obstrução recorrente do trato urinário.

A duração exata do procedimento deve ser determinada pelo médico responsável pelo tratamento, que irá monitorar a condição do paciente e ajustar o plano de tratamento de acordo com a resposta do paciente.

 

Riscos e benefícios

PREPARAÇÃO PARA NEFROSTOMIA

Como qualquer procedimento cirúrgico, a nefrostomia envolve alguns riscos e complicações.

Alguns dos possíveis riscos incluem:

  • Sangramento: pode haver sangramento durante ou após a cirurgia.
  • Infecção: pode ocorrer infecção do trato urinário ou o próprio tubo de nefrostomia ser um meio de entrada de bactérias.
  • Reações alérgicas: pode ocorrer uma reação alérgica aos medicamentos utilizados durante o procedimento.
  • Dano aos tecidos vizinhos: há o risco de dano aos tecidos vizinhos, como a bexiga, vasos sanguíneos e os órgãos próximos (intestino e fígado).
  • Complicações com o tubo: o tubo de nefrostomia pode se tornar obstruído, se deslocar ou vazar, o que pode levar a dor, infecção e vazamento de urina.

Já os benefícios do procedimento incluem:

  • Alívio dos sintomas: é capaz de aliviar sintomas como dor, desconforto, náuseas e vômitos que podem estar relacionados a uma obstrução ou disfunção do trato urinário superior.
  • Melhora da função renal: pode melhorar a função renal, através da drenagem adequada da urina.
  • Redução do risco de infeções: permite que a urina flua e não fique acumulada, reduzindo o risco de infecções no trato urinário.
  • Preparação para cirurgias: permite a redução da dilatação do sistema coletor, aliviando a pressão no rim e assim diminuindo o risco de complicações durante a cirurgia renal.

É importante lembrar que cada caso é único e que os benefícios do procedimento dependem da condição individual do paciente e das circunstâncias que levaram à necessidade do procedimento. Por isso, é importante discutir com o médico todas as opções de tratamento disponíveis e avaliar os riscos e benefícios de cada uma delas antes de tomar uma decisão.

 

Recomendações após o procedimento

Após a nefrostomia, é importante seguir as recomendações médicas para o cuidado da nefrostomia.

Algumas das recomendações gerais incluem:

  • Limpeza da bolsa de drenagem: a bolsa de drenagem deve ser limpa diariamente com água e sabão neutro após seu esvaziamento.
  • Esvaziamento da bolsa de drenagem: a bolsa de drenagem deve ser esvaziada regularmente.
  • Cuidado com vazamentos: é importante certificar-se de que a bolsa de drenagem esteja bem colocada e não esteja vazando.
  • Cuidado com a pele: mantenha a área ao redor da bolsa de drenagem limpa e seca.
  • Evite banhos de imersão: é recomendado que os pacientes evitem banhos de imersão, como banheiras ou piscinas, para reduzir o risco de infecções ou danos ao tubo de nefrostomia.
  • Acompanhamento médico: o paciente deve comparecer às consultas de acompanhamento conforme recomendado pelo médico e seguir suas instruções para monitorar a recuperação e garantir que não haja complicações.
  • Evite atividade extenuante: evite atividade extenuante ou esportes de alto impacto, especialmente nas primeiras semanas após a nefrostomia. O repouso adequado pode ajudar na recuperação.

É importante seguir todas as recomendações do médico para evitar complicações e garantir uma recuperação adequada.

Além dessas recomendações gerais, é importante o paciente estar atento a qualquer mudança nas suas condições e comunicar imediatamente ao médico se houver sinais de infecção, como febre, dor ou vermelhidão na área da nefrostomia, ou se houver vazamento de líquido da bolsa de drenagem.

 

Perguntas frequentes

Como é feita uma nefrostomia?

A nefrostomia é um procedimento médico no qual um tubo fino e flexível é inserido através da pele e no rim para drenar a urina diretamente da pelve renal. Isso é geralmente feito sob orientação de imagem, como ultrassom ou fluoroscopia, para garantir precisão na inserção do tubo. Após a inserção, a urina é drenada para um recipiente externo, aliviando a obstrução ou permitindo a recuperação renal em casos de problemas no trato urinário.

Quais os riscos de uma nefrostomia?

Os riscos de uma nefrostomia podem incluir infecção, sangramento, lesão de órgãos adjacentes durante o procedimento, dor no local de inserção do tubo e a possibilidade de complicações relacionadas à anestesia. É importante que o paciente seja devidamente avaliado e acompanhado por um médico para minimizar esses riscos e garantir um procedimento seguro e eficaz.

O que é sonda de nefrostomia?

Uma sonda de nefrostomia é um tubo fino e flexível que é inserido através da pele e no rim para drenar a urina diretamente da pelve renal quando há obstrução no trato urinário ou outras condições que impedem a drenagem natural da urina. Essa sonda é geralmente conectada a um recipiente externo para coletar a urina, aliviando a pressão no rim afetado e permitindo a recuperação da função renal.