Ateromatose: o que é, sintomas, como prevenir e o que fazer?

|28 out, 2024|Categorias: Patologia|5,1 min de leitura|
homem com ateromatose sentindo dor no peito

Ateromatose é um termo que aparece frequentemente em relatórios médicos, mas nem todo mundo entende de fato o que ele significa ou quais são as suas implicações. Então, vamos começar do básico: ateromatose é uma condição que envolve o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, o que pode levar a sérios problemas de saúde, como infarto e AVC. Mas, antes de qualquer coisa, vamos entender melhor como ela se desenvolve e o que você pode fazer para preveni-la.

 

O que é Ateromatose?

A ateromatose, muitas vezes chamada de aterosclerose, é uma condição que afeta as artérias do corpo humano. Essencialmente, é o processo de formação de ateromas, ou placas de gordura, que se acumulam nas paredes internas das artérias. E essa acumulação, ao longo do tempo, pode causar o estreitamento ou até mesmo a obstrução completa dos vasos sanguíneos. Em outras palavras, é como se as artérias ficassem “entupidas” por dentro.

No início, essas placas podem ser pequenas e não causar sintomas óbvios. Contudo, à medida que elas crescem, o fluxo de sangue é reduzido e a parede da artéria pode se tornar menos flexível – um problema que leva a uma menor capacidade de circulação de sangue para os tecidos e órgãos. Pode parecer complicado, mas pense nas artérias como encanamentos de água: se o cano estiver entupido, a água não flui direito, certo?

Agora, você deve estar se perguntando: de onde vêm essas placas? A resposta é múltipla. Elas podem se formar devido ao acúmulo de colesterol, resíduos celulares, cálcio e até produtos de inflamação.

 

Principais causas e fatores de risco

Embora a ateromatose possa ocorrer em qualquer pessoa, há certos fatores que aumentam o risco de desenvolvê-la. Alguns desses fatores são modificáveis, enquanto outros não podem ser alterados. Vamos listar alguns dos principais:

  • Idade e sexo: Homens acima de 45 anos e mulheres acima de 55 têm um risco maior.
  • Colesterol alto: Altos níveis de colesterol LDL (o “ruim”) podem acelerar a formação das placas.
  • Hipertensão: A pressão alta danifica as paredes das artérias, facilitando o acúmulo de placas.
  • Fumo: Os produtos químicos do cigarro causam danos ao revestimento das artérias, promovendo a ateromatose.
  • Diabetes: Níveis elevados de glicose no sangue aumentam o risco de aterosclerose.
  • Estilo de vida sedentário e dieta inadequada: Falta de atividade física e excesso de gorduras saturadas na alimentação são grandes contribuintes.

Curiosamente, a genética também desempenha um papel relevante. Ou seja, se você tem histórico familiar de doenças cardíacas ou AVC, seu risco de desenvolver ateromatose pode ser maior.

 

ilustração de um homem com doença cardíaca como ateromatose

 

Sintomas e diagnóstico

Ateromatose é traiçoeira: ela pode se desenvolver silenciosamente por anos, sem sintomas óbvios. Isso porque as placas geralmente se acumulam lentamente, e os sintomas só aparecem quando o estreitamento das artérias é suficientemente severo para reduzir o fluxo sanguíneo. Mas, eventualmente, os sinais podem aparecer e, quando isso acontece, eles podem variar de acordo com a artéria afetada.

  • No coração: Pode causar dor no peito (angina) ou até mesmo um ataque cardíaco.
  • No cérebro: A redução do fluxo sanguíneo pode resultar em sintomas de AVC, como fraqueza súbita, dificuldade de fala ou perda de visão.
  • Nos membros: Pode haver dor, cãibras ou até claudicação intermitente, que é a dor ao caminhar devido à má circulação.

Para diagnosticar a ateromatose, médicos geralmente usam exames de imagem, como ultrassom Doppler, angiografia, tomografia ou ressonância magnética. Além disso, exames de sangue para avaliar o colesterol e a glicose também são comuns.

 

Tratamento e controle

Não existe uma “cura mágica” para a ateromatose, mas há várias abordagens para controlá-la e prevenir complicações. O tratamento pode envolver tanto mudanças de estilo de vida quanto medicamentos. Vou te contar como:

  1. Mudanças no estilo de vida: Esta é a base de qualquer tratamento de ateromatose. Isso inclui:
    • Adotar uma dieta saudável para o coração (a boa gastronomia rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis).
    • Fazer exercícios regularmente, pelo menos 150 minutos por semana.
    • Parar de fumar e reduzir o consumo de álcool.
  2. Medicamentos: Quando as mudanças de estilo de vida não são suficientes, medicamentos são frequentemente necessários. Estes podem incluir:
    • Estatinas para baixar o colesterol.
    • Medicamentos para controlar a pressão arterial.
    • Anticoagulantes para evitar a formação de coágulos.
  3. Procedimentos cirúrgicos: Em casos mais graves, onde há risco iminente de obstrução ou danos ao tecido, podem ser necessárias intervenções como angioplastia (uso de balão e stent para desobstruir a artéria) ou cirurgia de revascularização.

 

Prevenção: o que pode ser feito?

A melhor estratégia contra a ateromatose é a prevenção, e isso começa cedo. O que significa, na prática, cuidar da saúde cardiovascular antes mesmo dos problemas surgirem. Não precisa ser radical, basta incorporar algumas atitudes no dia a dia.

  • Monitore sua saúde regularmente: Faça exames de colesterol e glicose de tempos em tempos, especialmente se você estiver no grupo de risco.
  • Mantenha um peso saudável: O excesso de peso está associado a um risco maior de ateromatose, por isso, tente manter seu IMC dentro da faixa recomendada.
  • Controle o estresse: Parece algo clichê, mas o estresse crônico pode contribuir para o aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol.

Enfim, adotar um estilo de vida mais saudável não é apenas uma questão de evitar ateromatose, mas também de promover uma melhor qualidade de vida em geral. E se você já estiver lidando com ateromatose, lembre-se de que a colaboração com seu médico é essencial para gerenciar a condição de maneira eficaz e segura.