Diabetes mellitus, comumente conhecida como diabetes, é uma doença metabólica relacionada ao hipoinsulinismo.

A condição resulta do hipoinsulinismo absoluto ou resistência à insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, essencial para o metabolismo da glicose no corpo.

Com o tempo, a diabetes pode levar a complicações sérias e potencialmente fatais, incluindo doenças cardiovasculares e injúria renal.

Este artigo visa explorar os sintomas, tipos e tratamentos disponíveis, além de discutir estratégias de prevenção da doença.

 

Classificação e diagnóstico da diabetes

Diabetes é classificada em dois tipos: Tipo 1 e Tipo 2. O Tipo 1 é geralmente diagnosticado em crianças e jovens adultos, onde o corpo não produz insulina devido a destruição das células beta do pâncreas. O Tipo 2, mais prevalente, ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina de maneira eficaz, um fenômeno conhecido como resistência à insulina.

Fatores de risco para diabetes Tipo 2 incluem obesidade, histórico familiar e sedentarismo. Estilos de vida saudáveis podem prevenir ou retardar o desenvolvimento do Tipo 2.

O diagnóstico é realizado por exames de sangue que medem a glicemia. Testes comuns incluem a glicemia de jejum, teste de tolerância à glicose oral (TOTG) e hemoglobina glicada (HbA1C), que fornece uma média dos níveis de glicose nos últimos dois a três meses. A monitorização contínua dos níveis de glicose é crucial para o tratamento da doença, permitindo ajustes no tratamento para manter a glicemia dentro de limites saudáveis.

 

Avanços no monitoramento e no tratamento da diabetes

O avanço tecnológico tem desempenhado um papel crucial no monitoramento e gestão da diabetes. Sistemas de monitoramento contínuo de glicose representam uma das inovações mais significativas na área. Estes dispositivos fornecem leituras em tempo real dos níveis de glicose através de um sensor inserido sob a pele, oferecendo aos pacientes uma visão detalhada de suas flutuações glicêmicas ao longo do dia. Isso permite uma gestão mais proativa da doença, possibilitando ajustes imediatos na dieta e medicação.

A inovação na formulação de medicamentos também está ampliando as opções de tratamento. Insulinas de ação ultra-rápida, de ação prolongada e insulina com infusão contínua foram desenvolvidas para melhor se assimilar a resposta natural do corpo à glicose. Essas novas formulações têm o potencial de melhorar o controle glicêmico e reduzir o risco de complicações associadas à variabilidade glicêmica. Além disso, pesquisas estão em andamento para desenvolver métodos de administração de insulina que não requerem injeção, como inalação, buscando melhorar a adesão ao tratamento.

 

Tratamento da Diabetes

monitorando o indice glicemico

O tratamento da diabetes requer uma abordagem que inclui mudanças no estilo de vida, monitoramento da glicemia e medicação. Para indivíduos com diabetes Tipo 1, a administração diária de insulina é essencial e pode ser feita através de injeções diárias ou bomba de insulina.

Pacientes com diabetes Tipo 2 podem gerenciar sua condição através de dieta, exercício físico e medicamentos orais ou insulina para manter a glicemia em níveis adequados. Metformina é frequentemente o primeiro medicamento prescrito e atua diminuindo a resistência insulínica. Novas classes de medicamentos, como inibidores de SGLT2 e análogos de GLP-1, oferecem opções adicionais de tratamento.

A educação do paciente é um componente crítico no tratamento. Programas de educação ajudam pacientes a entender sua condição, tomar decisões informadas sobre seu cuidado e implementar mudanças de estilo de vida necessárias. O autocuidado inclui monitoramento regular da glicemia, cuidados com os pés para prevenir úlceras e infecções, e manutenção da pressão arterial e níveis de colesterol.

 

Nutrição

A nutrição desempenha um papel central no tratamento da diabetes. Uma reeducação alimentar, pode ajudar a controlar a glicemia, o peso e reduzir o risco de doenças cardíacas. Carboidratos têm o maior impacto na glicemia, portanto, entender como realizar a contagem de carboidratos e distribuí-los de maneira uniforme ao longo do dia pode estabilizar os níveis de glicose.

A hidratação é outro aspecto importante, com a água sendo a bebida mais recomendada, enquanto bebidas açucaradas devem ser evitadas.

O controle de porções é essencial para manter um peso saudável e gerenciar a ingestão de nutrientes. Ferramentas como pratos divididos por porções podem ajudar a visualizar e manter o controle das quantidades consumidas. Além disso, o planejamento das refeições pode evitar decisões alimentares impulsivas que podem levar à glicose alta.

O acompanhamento com um nutricionista pode fornecer orientações personalizadas e ajudar a criar um plano alimentar saudável e eficaz. Até porque é importante esclarecer dúvidas comuns sobre a alimentação, como, por exemplo, se diabético pode comer manga, banana ou outras frutas doces. Essas frutas podem, sim, fazer parte da dieta de uma pessoa com diabetes, desde que consumida com moderação e dentro de um plano alimentar equilibrado.

 

Desafios psicossociais e abordagens de suporte

A diabetes não afeta apenas o corpo físico; seu impacto psicossocial é igualmente significativo. O gerenciamento diário da doença pode ser oneroso, levando a sentimentos de ansiedade, depressão e estresse. Reconhecer esses desafios emocionais é fundamental para o cuidado integral do paciente.

Grupos de apoio desempenham um papel vital na gestão da diabetes, oferecendo um espaço para compartilhar experiências e estratégias de enfrentamento. A interação com outros que vivenciam desafios semelhantes pode aliviar a sensação de isolamento e promover a troca de informações valiosas. Além disso, esses grupos facilitam frequentemente o acesso a recursos educacionais e incentivam a adesão a um estilo de vida saudável.

A educação deve abranger não apenas o paciente, mas também a família e cuidadores, garantindo que todos os envolvidos compreendam a doença e como apoiar o paciente.

A disparidade no acesso aos cuidados de saúde é uma realidade que afeta desproporcionalmente indivíduos com diabetes em comunidades de baixa renda e minorias étnicas. Essas populações enfrentam barreiras significativas, incluindo acesso limitado a cuidados médicos de qualidade, medicamentos e tecnologias de monitoramento da glicose. Abordar essas disparidades requer políticas públicas que ampliem o acesso a cuidados de saúde, educação e programas de suporte comunitário, assegurando que todos os pacientes com diabetes possam gerenciar sua condição efetivamente.

 

Prevenção da diabetes

A prevenção da diabetes Tipo 2 é possível com intervenções no estilo de vida, incluindo a adoção de dietas e receitas para emagrecer, direcionadas a reduzir os principais fatores de risco – como a obesidade, por exemplo. Manter um peso corporal saudável, através de uma alimentação balanceada e receitas cuidadosamente selecionadas, e realizar atividade física regular são estratégias essenciais para prevenir o desenvolvimento da doença.

A cessação do tabagismo é crucial, visto que o fumo aumenta o risco de diabetes e complicações associadas. Programas de cessação do tabagismo e suporte podem ajudar indivíduos a superar o vício e melhorar sua saúde geral.

 

Complicações crônicas

homem passando mal por conta de diabetes

O diabetes aumenta significativamente o risco de várias doenças cardiovasculares, incluindo doença arterial coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Outras complicações que podem ocorrer na microvasculatura é a retinopatia diabética que pode evoluir para perda da visão, a nefropatia ocasionando perda da função renal podendo ser necessário realizar diálise ou até mesmo transplante renal e por último a neuropatia.

Hipertensão arterial é outra doença que pode estar associada a pacientes com diabetes e contribui para o risco de complicações cardiovasculares. O tratamento da pressão arterial é, portanto, um componente crítico do cuidado integral da diabetes. Medicamentos anti-hipertensivos, juntamente com mudanças no estilo de vida, são frequentemente necessários para manter a pressão arterial em níveis seguros.

Complicações a longo prazo da diabetes podem ser minimizadas através de um controle glicêmico rigoroso e vigilância médica regular. Exames periódicos dos olhos, rins e pés são essenciais para detectar sinais precoces de complicações. A colaboração entre profissionais de saúde, incluindo endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiros especializados em diabetes é fundamental para fornecer um cuidado abrangente e coordenado.

 

Perguntas frequentes

O que leva uma pessoa a ter diabetes?

A diabetes pode ser causada por genética, estilo de vida pouco saudável e fatores ambientais. O excesso de peso, inatividade física e má alimentação são fatores de risco significativos.

Quais são os 30 sintomas da diabetes?

Os sintomas da diabetes incluem sede excessiva, micção frequente, fadiga, visão embaçada e cicatrização lenta de feridas. Outros sintomas podem ser perda de peso inexplicada, formigamento nas mãos ou pés, infecções frequentes e pele escura em certas áreas do corpo.

O que acontece com quem tem diabetes?

Pessoas com diabetes têm dificuldade em regular os níveis de açúcar no sangue, o que pode levar a complicações a longo prazo. Estas complicações incluem doenças cardiovasculares, danos nos nervos, problemas renais e problemas oculares.

Quando é considerado uma pessoa diabética?

Uma pessoa é considerada diabética quando seus níveis de glicose no sangue estão consistentemente acima dos valores normais, conforme diagnóstico médico. Geralmente, isso é determinado por meio de testes como o de glicemia de jejum ou o teste de tolerância à glicose.

O que a gente sente quando a glicose está alta?

Quando a glicose está alta, uma pessoa pode sentir sintomas como sede excessiva, micção frequente, fadiga e visão embaçada. Também pode haver perda de peso, fome intensa e dor ou formigamento nas mãos ou pés.

Qual o nível de diabetes que é perigoso?

Níveis de glicose no sangue superiores a 200 mg/dL após duas horas de um teste de tolerância à glicose são considerados perigosos. A longo prazo, níveis persistentemente elevados podem levar a complicações graves de saúde.