No Brasil, infelizmente, alguns gestores esquecem que a função básica de um hospital ou centro de imagem é fornecer um atendimento de qualidade aos pacientes, e focam somente no aumento de seus lucros, em detrimento da saúde dos pacientes.
Apesar de comum em outros setores da economia, quando essa prática é aplicada à saúde, pode resultar no atraso do diagnóstico de uma doença, na privação de um tratamento adequado, e em casos extremos, até na morte. Por isso, é importante que nos negócios em saúde e, particularmente na Radiologia, os números sejam analisados como pessoas, com a importância e o cuidado que merecem.
Pensando nisso, separamos 3 erros que um serviço de imagem precisa evitar para tentar manter um padrão de qualidade elevado nos serviços prestados a seus pacientes. Confira!
1. Não obter dados clínicos e antecedentes do paciente antes do exame
Sabemos que, em nosso país, a maioria dos pedidos médicos de exames de imagem não contém o motivo do exame ou informações básicas sobre as condições de saúde do paciente.
Estas informações são extremamente importantes para que o médico radiologista possa interpretar adequadamente as alterações que encontrar nos exames, e identificar suas possíveis causas, elaborando, dessa forma, uma ou mais hipóteses diagnósticas. Sem essas referências, o laudo fatalmente terá uma qualidade inferior ou apresentará erros de interpretação, e o paciente poderá perder a oportunidade de ter sua doença diagnosticada corretamente.
Sabendo da importância desses dados, é primordial que sejam aplicados questionários aos pacientes antes da realização dos exames, para reunir informações sobre: o que motivou a realização do exame, uso de medicamentos, cirurgias e tratamentos prévios, realização de biopsias, tratamento de doenças e outros antecedentes.
Portanto, mesmo que não haja dados clínicos no pedido médico (e principalmente quando não houver), é fundamental que sejam aplicados questionários pré-exame aos pacientes.
Vale lembrar, que é uma exigência do CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia) que os exames radiológicos sejam acompanhados de dados clínicos para que possam ser laudados.
2. Não preocupar-se com a qualidade dos laudos emitidos pelos radiologistas
Como mencionamos, é fato que alguns gestores de centros de imagem não se preocupam muito com a qualidade dos laudos entregues a seus pacientes, tendo como preocupação central a otimização dos lucros.
Felizmente, existem muitos administradores que se preocupam em oferecer um serviço de qualidade a seus pacientes. Estes gestores podem , há diversos recursos que podem ser como: cursos para capacitação da equipe local, análise por amostragem dos laudos emitidos, parceria com empresas de telerradiologia e contratação de novos radiologistas.
Existem diversos cursos de reciclagem e aprimoramento em Radiologia disponíveis no mercado. Dentre eles, destacam-se os que utilizam o modelo “hands on”, ou seja, que aliam aulas teóricas à aplicação prática destes conhecimentos através da avaliação de exames de pacientes reais.
A telerradiologia permite que centros radiológicos tenham acesso uma rede de médicos radiologistas especializados nas diversas subáreas do Diagnóstico por Imagem, tais como Neurorradiologia, Radiologia Mamária, Radiologia Musculoesquelética, Radiologia de Cabeça e Pescoço, Radiologia Cardíaca e outras, permitindo que seus laudos sejam elaborados com maior rapidez e qualidade.
3. Não investir na qualificação dos técnicos e biomédicos que realizam os exames
Mesmo que sejam aplicados questionários pré-exame aos pacientes, e que se tenha à disposição uma excelente equipe de médicos radiologistas especialistas, nada vai adiantar se os exames forem mal executados pela equipe técnica.
Nem mesmo o mais experiente e qualificado médico radiologista conseguirá fazer um diagnóstico preciso quando um exame é mal feito pelo biomédico ou pelo técnico em radiologia.
Alguns erros que podem ocorrer são: posicionamento inadequado do paciente, utilização de parâmetros técnicos inadequados, não utilização de meio de contraste endovenoso quando necessário, utilização do protocolo de exame errado, utilização dos parâmetros técnicos errados, e etc.
A lista de possíveis equívocos é grande, como pôde ser observado, e para dirimi-los é necessário contar com uma equipe técnica qualificada e bem treinada. A solução, nestes casos, pode ser contratar novos profissionais ou investir na qualificação dos existentes, através de cursos de reciclagem e especialização.
Portanto, trabalhando para evitar esses erros comuns, será mais fácil atingir um nível de excelência e qualidade nos centros de radiologia.
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