O diagnóstico de enfermagem trata-se de um processo importante, visto que, através dele é possível planejar melhor os cuidados, conforme às necessidades de cada paciente.

Caso você tenha interesse em entender melhor como esse processo funciona, qual sua finalidade e como fazer de forma correta, basta continuar lendo este conteúdo!

 

O que é diagnóstico de enfermagem

O termo diagnóstico de enfermagem foi criado pela enfermeira americana Vera Fry na década de 1950.

Porém, somente nos anos 70 os diagnósticos foram padronizados.

Fry notou que existiam áreas de necessidades dos pacientes que deveriam ser consideradas para obter um diagnóstico mais preciso.

Ao longo dos anos, outras teóricas da área agregaram definições e termos para avaliar problemas clínicos e sociais.

A partir da década de 70, foi necessário desenvolver um sistema para categorizar todos os problemas que os enfermeiros detectam.

Isso criou um padrão para direcionar os profissionais e garantir atendimentos mais uniformes.

Em 1973, foi realizada a I Conferência Nacional sobre Classificação de Diagnósticos de Enfermagem, onde os primeiros diagnósticos foram registrados e classificados.

Em resumo, o diagnóstico de enfermagem é quando um enfermeiro faz uma avaliação clínica das respostas atuais e potenciais do paciente aos seus problemas de saúde.

Essa etapa é essencial na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pois ajuda a estruturar o atendimento de forma adequada.

Atualmente, a Associação Americana de Diagnóstico de Enfermagem (NANDA-I) é responsável por categorizar e padronizar os diagnósticos de enfermagem em todo o mundo.

O objetivo da associação é tornar as análises e intervenções mais eficientes e beneficiar os pacientes.

 

Principais diretrizes

medica e enfermeira conversando sobre nanda-i

O objetivo principal da padronização do diagnóstico de enfermagem é estabelecer uma linguagem comum para que profissionais de todo o mundo possam utilizar os mesmos termos e categorias de cuidado.

Isso facilita a troca de conhecimentos e a comunicação, além de permitir pesquisas e comparações mais amplas e profundas.

O uso de diagnósticos de enfermagem fornece uma base científica para que os profissionais possam intervir e melhorar significativamente vários aspectos da enfermagem.

O processo de diagnóstico não se limita apenas à avaliação do paciente, mas também inclui exame físico, monitoramento de sintomas, medição dos sinais vitais, entre outras etapas.

Os enfermeiros precisam discutir com os pacientes sobre quaisquer sintomas não óbvios que possam estar presentes, assim como o histórico de saúde do paciente.

A terminologia padronizada oferece maior segurança ao paciente, pois com ela  pode-se avaliar e verificar que o profissional está seguindo as boas práticas globais.

Os diagnósticos de enfermagem são divididos em três partes e classificados em domínios e classes.

 

Estrutura da taxonomia da NANDA-I

A taxonomia da NANDA-I é um sistema de classificação de diagnósticos de enfermagem que é popular em todo o mundo.

Ela é formada por:

  • um título curto ou um termo que representa um padrão de indicadores relacionados;
  • uma definição clara e precisa do diagnóstico;
  • e características definidoras, que são as evidências clínicas ou sintomas observados.

Os diagnósticos são categorizados em 13 domínios e 47 classes, totalizando 234 diagnósticos de enfermagem.

Existem 4 principais tipos de diagnósticos de enfermagem especificados pela associação:

  1. Diagnóstico com foco no problema: diagnóstico feito a partir da resposta indesejada do paciente diante de suas condições de saúde.
  2. Diagnóstico de risco: risco ao qual uma pessoa, família ou grupo está exposto e que pode levar a desenvolver respostas indesejáveis para a sua condição de saúde.
  3. Diagnóstico de promoção de saúde: tem como objetivo promover o bem-estar e outros cuidados que possam ajudar a melhorar a saúde humana.
  4. Síndrome: é o agrupamento de diagnósticos que ocorrem juntos e que podem ser manejados melhor em conjunto por meio de intervenções parecidas.

 

Como é elaborado um diagnóstico de enfermagem

diagnostico de enfermagem sendo elaborado

Agora que você já sabe o que é diagnóstico de enfermagem e porque é importante para o trabalho dos profissionais, veja logo abaixo como é a sua elaboração.

 

1. Coleta de dados direcionada

Esse é um dos passos mais importantes do processo de diagnóstico.

Pois, a partir da coleta de dados será possível direcionar as outras etapas e é nessa hora que o profissional deverá conhecer bem o paciente, seu histórico clínico e suas repercussões, tanto físicas quanto emocionais, sociais e familiares.

O intuito dessa etapa é conseguir o maior número de informações possíveis a respeito do paciente, principalmente aquelas que demonstrem o seu estado clínico.

E para cumprir essa etapa, o ideal é fazê-la de modo mais abrangente e com uma linguagem adequada ao paciente, para construir um vínculo.

É possível coletar esses dados de diversas formas, mas habitualmente, os enfermeiros fazem uma entrevista com os pacientes.

A coleta precisa ser objetiva, para conseguir um cenário maior que possa influenciar no diagnóstico.

É necessário que ele avalie os sinais vitais e demais aspectos de cuidado em saúde  tais como:

  • Respiração;
  • Termorregulação;
  • Conforto físico;
  • Autocuidado;
  • Integridade da pele.

Além disso, o exame físico também precisa ser completo, com foco sempre voltado aos problemas que pretendem ser investigados.

Exames antigos e prontuários também podem ser úteis para obter os dados necessários.

 

2. Análise e agrupamento dos dados

Após coletar todos os dados, a etapa seguinte será transformá-los em um diagnóstico de enfermagem.

Para isso, será preciso que o profissional tenha um  raciocínio clínico, experiência e pensamento crítico.

Ao iniciar essa etapa, o ideal é agrupar os dados conforme os sinais e sintomas e de forma lógica, com base em raciocínio clínico, características em comum ou então por meio de padrões identificados.

 

3. Escolha o diagnóstico

Cada diagnóstico na taxonomia NANDA-I conta com uma definição clara, que precisa ser analisada com cuidado antes de usá-la.

Caso contrário, os riscos de ocorrerem erros de diagnóstico na enfermagem serão bem maiores.

Nessa etapa, você deverá seguir os passos abaixo:

  • Após a criar os grupos, procure o domínio aos quais eles se encaixam;
  • Verifique a classe onde o domínio escolhido pertence;
  • Com essas duas definições, será preciso pesquisar nos títulos de diagnóstico do mesmo domínio em classe aquele que se enquadra na necessidade diagnosticada;
  • Certifique-se de que as informações existentes no diagnóstico estão de acordo com os dados que coletou.

 

4. Construa o enunciado do diagnóstico de enfermagem

Todos os diagnósticos precisam ter um enunciado claro e preciso, fazendo a combinação de critérios importantes para fornecer o maior entendimento.

Em um diagnóstico com foco no problema, o mais adequado é aliar título, fatores relacionados e característica definidora.

Enquanto no caso do diagnóstico de risco, pode-se escrever o título e em seguida os fatores de risco.

E já no diagnóstico de promoção de saúde, a descrição precisa conter o título e as características definidoras.

 

Perguntas frequentes

O que é diagnóstico de enfermagem?

O diagnóstico de enfermagem é quando um enfermeiro faz uma avaliação clínica das respostas atuais e potenciais do paciente aos seus problemas de saúde.

Quais são os diagnósticos de enfermagem?

Existem 4 principais tipos de diagnósticos de enfermagem especificados pela NANDA-I: diagnóstico com foco no problema, diagnóstico de risco, diagnóstico de promoção de saúde e síndrome.