Posicionamento Radiológico: incidências em Radiologia
Um exame de imagem (exemplo: radiografia ou tomografia) pode parecer simples para o paciente, mas há técnicas que devem ser seguidas pela equipe de radiologia para a sua realização, como o correto posicionamento radiológico do paciente – uma das mais importantes para a qualidade final do exame.
Em geral, ao realizar o exame, o paciente é orientado a colocar a parte do corpo que deverá ser examinada na área de radiação do equipamento. Para isso, o médico radiologista ou técnico radiologista irá posicioná-lo, de acordo com a área de interesse. Esse posicionamento em Radiológia é muito importante, pois afetará diretamente a qualidade da imagem e, por conseguinte, o diagnóstico clínico.
Vamos entender como funciona esse processo, também conhecido por posicionamento radiológico, e como são os posicionamentos padrões em Radiologia que devem ser utilizados em cada situação.
O que é
Posicionamento radiológico, ou posicionamento em radiologia, é o estudo das posições em que o paciente deve ficar durante um exame de imagem a fim de obter determinados resultados.
Isto é, o paciente deverá ficar em posições específicas para que as imagens sejam registradas no momento e posições exatas, para melhor avaliação diagnóstica. Alguns fatores estão correlacionados com o posicionamento em radiologia, como exemplo:
- Ângulo da imagem;
- Proximidade ao aparelho;
- Densidade da estrutura a ser avaliada;
- Dentre outros.
Porque é importante
O posicionamento radiológico é muito importante para se extrair o melhor resultado de uma imagem. Uma imagem ruim, com uma possível falha técnica durante o posicionamento em Radiologia, pode fazer com que seja necessário um novo exame. Isso porque, o resultado de exames podem depender diretamente deste recurso.
Assim, o técnico em radiologia que irá executar o exame não deve saber apenas qual parte do corpo será examinada, mas, também, quais as posições em que o paciente deverá permanecer para que as imagens sejam geradas com a melhor nitidez.
Como exemplo, vamos utilizar o exame de radiografia. Entre todos os exames de imagem, é o mais solicitado. Tem baixo custo, é rápido e possui poucas restrições e riscos aos pacientes. Todavia, justamente por ser um exame mais simples, acaba por ter mais limitações em relação às imagens e resultados.
As imagens na radiografia são formadas apenas por duas dimensões, enquanto nós, seres humanos, possuímos 3 dimensões. Por isso, é preciso saber exatamente em qual posição o paciente deve estar para realizar o estudo, e formar uma imagem correta.
Assim, é necessário registrar a área que está sendo analisada em diferentes posições e perspectivas para ter um resultado mais confiável. É importante não apenas saber a posição exata em que o paciente deve ficar, mas também saber como orientar e o posicionar antes do exame.
Como afeta o resultado
A princípio, existem outros pontos além do posicionamento em radiologia que podem afetar a qualidade da imagem, como a exposição e o aparelho em si. Entretanto, este deve ser um dos principais pontos a se observar. Isso porque:
- quanto mais próxima da placa sensível de Raio X fica a parte a ser examinada, maior é a qualidade e nitidez da imagem gerada pelo aparelho;
- se o paciente estiver em um posicionamento radiológico diferente, sem ser o recomendado, é possível que ele se mova durante o exame, podendo distorcer e borrar as imagens.
Assim, o posicionamento radiológico errado pode gerar um diagnóstico equivocado, pois a imagem não está como deveria, e ter-se um erro que poderia ter sido evitado. E esse erro pode ocorrer para os dois lados, tanto para um diagnóstico falso positivo, quanto para um diagnóstico falso negativo. Ambos, muito perigosos para a nossa saúde.
Incidência dos Raios X
O aparelho de Raio X funciona emitindo raios do equipamento para o corpo do paciente. Todo aparelho de Raio X tem um tubo que é formado por vários componentes, dentre os quais, cátodos e ânodos. Esse tubo, quando ligado, emite uma radiação ionizante que irá atravessar o corpo e formar as imagens.
Quando uma máquina de Raio X é posicionada, os feixes irão na direção em que esse tubo está direcionado. Por isso, quando falamos de incidência, estamos falando da direção e do ângulo que esses raios tomam durante seu caminho. Ou seja, como e para onde esse feixe irá no corpo, indicando tanto o local em que a radiação entra, quanto o local em que ela sai.
A seguir, as imagens são formadas a depender de como se comportam esses feixes de raios X ao passar pelos ossos e demais órgãos do organismo. Os Raios X que não são absorvidos acabam se chocando com uma placa que fica estrategicamente posicionada na mesa do equipamento. Em geral, essa placa fica abaixo ou atrás do paciente que está sendo examinado, dependendo do seu posicionamento radiológico. A depender dos feixes que chegam ou não nessa placa, e da maneira como chegam, formam-se as imagens que vemos nos resultados do Raio X.
Por isso, a posição define a parte do corpo que está sendo examinada, bem como sua densidade. Dessa maneira, a “cor” da imagem irá representar as diferenças da densidade dos órgãos, sendo que, quanto menos partículas absorvidas e maior a passagem do feixe, mais escura fica a imagem. Desta forma, radiografias de órgãos que não são muito densos ficam mais escuras, pois boa parte da radiação os atravessa sem ser absorvida. O contrário acontece com órgãos mais densos, como os ossos, por exemplo.
Tipos de incidências
Como vimos, a incidência e o posicionamento em radiologia do paciente andam juntos. Tal como existem posicionamentos radiológicos padrões, existem também incidências padrões, que são as mais utilizadas. Isso não significa que só elas devem ser usadas, é possível mesclar e formar outras incidências, de acordo com a demanda do paciente, gerando um excelente resultado.
Podemos citar aqui 5 tipos padrões de incidências que estão entre as mais solicitadas pelos médicos na hora de fazer exames radiográficos em geral. São elas:
- Mediolateral: nessa incidência, a radiação atravessa o corpo pelo ponto médio da área que deve ser examinada, que é chamada também de face medial, e sai pela lateral dessa mesma área.
- Lateromedial: ao contrário da mediolateral, com essa incidência o raio entra na parte lateral da área e sai pelo ponto médio da área examinada.
- Anteroposterior (AP): nesse tipo de incidência, ela entra na parte anterior da parte examinada, e sai pela parte posterior. Sendo melhor indicada para quem precisa analisar a parte posterior da área examinada.
- Posteroanterior (PA): essa é o contrário da AP, a radiação entra pela parte posterior e sai pela anterior. Sendo ideal para analisar a parte mais anterior da área que está sendo examinada.
- AP ou PA oblíqua: essa incidência tem como objetivo focar a visualização de um dos lados, tanto da porção anterior, quanto posterior. Esse lado deve ser mencionado, para que a incidência seja feita corretamente.
Tipos de posicionamento radiológico
O estudo do posicionamento em radiologia é amplo e os profissionais da área continuam estudando para melhor aprimoramento. Mas, existem algumas posições que são consideradas como as mais comuns e que são mais utilizadas para fazer os diagnósticos.
Como são muitas posições possíveis, é preciso que ocorra uma padronização para que as interpretações das radiografias se tornem mais simples e assertivas. Por isso, como regra, há um pensamento comum de acordo com o consenso em relação a posicionamento radiológico.
Para entender os posicionamentos, primeiro é preciso pensar na posição anatômica. Essa é a posição simples e básica do ser humano, ou seja, quando a pessoa está de pé, com os braços junto ao corpo e palmas das mãos voltadas para frente.
Nessa posição, a pessoa se encontra reta, com os pés retos, braços esticados e rosto ereto olhando para a frente.
E por que essa posição é importante? Pois é um consenso, e é a partir dela que todas as outras são explicadas. É como se ela fosse o modelo zero e, a partir dela, vamos chegar nas demais posições.
Inclusive, essa posição é uma das opções quando falamos de posição ortostática, que é quando o paciente está em pé e reto.
Posição decúbito
Quando falamos sobre decúbito, estamos falando de um tipo de posição em que o paciente fica deitado, com algumas variações. Por isso, não existe apenas uma posição e, sim, algumas. São elas:
- Dorsal: essa é a posição quando o paciente fica deitado sobre o seu dorso. Portanto, fica com a barriga para cima.
- Ventral: nesse caso, o paciente fica deitado sobre o seu abdômen, com as costas para cima. É o contrário da posição anterior.
- Lateral: nesse posicionamento radiológico o paciente fica deitado de lado. Portanto, fica em cima de um dos lados do corpo, que irá mudar de acordo com o objetivo do Raio X.
Existe também o posicionamento em radiologia que pode ser ajustado com a mesa do aparelho de Raio X junto com o posicionamento corporal. Assim, com o paciente em decúbito dorsal, por exemplo, é possível mudar o resultado de acordo com algumas posições, como por exemplo:
- Trendelenburg invertido: nessa posição o paciente fica em decúbito dorsal, com a barriga para cima, mas a mesa do Raio X fica inclinada, fazendo com que o paciente fique com a cabeça mais alta que os pés.
- Trendelenburg: na mesma posição, com a barriga para cima, mas o contrário, colocando os pés mais altos que a cabeça.
Posição de semidecúbito ventral
Essa posição é parecida com o decúbito ventral. Mas, nesse caso, o paciente fica deitado apenas de maneira parcial sobre o abdômen. Na prática, seria algo entre o lateral e o ventral, uma vez que a pessoa deve ficar deitada levemente de lado.
Litotomia
Essa posição é muito conhecida pelas mulheres pois é a utilizada para fazer os exames de rotina ginecológicos. A posição se trata de deitar com a barriga para cima e apoiar as pernas em um suporte que fica no final da cama.