Exame contrastado: como funciona e quais possíveis reações?

|26 ago, 2022|Categorias: Diagnóstico|8,6 min de leitura|
exame contrastado

O exame contrastado é muito comum, mas ainda causa muitas dúvidas no público em geral, em especial para quem não tem muito contato com a área da saúde.

São vários os tipos de contrastes que são utilizados nos exames para as  indicações específicas e riscos específicos.

Para alguns tipos de exames de imagem, o contraste é vital para que se possa ter uma melhor leitura e apresentar um diagnóstico de maior qualidade.

Se você tem dúvidas quanto ao uso do contraste, além de suas funções e recomendações, continue lendo este conteúdo para que elas sejam esclarecidas.

 

O que é um exame contrastado?

exame contrastado

Exame contrastado é o exame que utiliza contraste radiológico para que se possa obter uma melhor caracterização (realce) das estruturas anatômicas do corpo nas imagens.

Radiografias, tomografias, ressonância magnética e ultrassom são métodos de imagem em que podem ser utilizados o contraste radiológico, que, por vezes, permite melhor avaliação dos tecidos.

 

Quais são os tipos de exames contrastados?

Dentre os diversos tipos de exames contrastados, são os mais comuns:

  • Angiografia: utiliza-se o contraste iodado na avaliação dos vasos sanguíneos. Utilizado para detectar doenças como arteriosclerose, estenoses vasculares e aneurismas;
  • Ressonância magnética: o contraste utilizado é o gadolínio, permitindo melhor avaliação dos órgãos e suas patologias.
  • Tomografia computadorizada: o contraste utilizado é o iodado em sua maioria, permitindo melhor avaliação dos órgãos e suas patologias.
  • Urografia: Feita com iodo, tem como foco avaliar a função renal e vias coletoras.
  • Histerossalpingografia: avalia o sistema reprodutor feminino. Usa-se o contraste iodado. Muito usado para investigar infertilidade e anomalias.

 

Quais os tipos de contraste mais administrados?

Como já dito, são vários os tipos de contrastes administrados.

Sua escolha e uso são feitos a partir de sua capacidade de absorção, de sua composição química, avaliação de reações adversas e órgãos a serem examinados.

Os agentes de contraste radiopacos ou positivos elevam a chance de absorver a radiação ionizante.

Já os contrastes radiotransparentes ou negativos, fazem com que essa capacidade seja menor.

O bário, por exemplo, é um contraste positivo e o ar negativo.

Existem contrastes iodados e não iodados.

O bário e o gadolínio são um dos principais exemplos de contrastes que não são iodados.

Veja as especificações abaixo.

  • Contraste iodado: administrado por via oral ou intravenosa, realça órgãos ocos do aparelho digestivo bem como órgãos sólidos através da irrigação sanguínea. Podem ser ou não iônicos. Em geral, os não iônicos são mais seguros que os iônicos (estes últimos geram mais efeitos colaterais).
  • Contraste baritado (a base de bário): mais indicado para avaliação de vísceras ocas. Pode-se administrá-lo por via oral ou retal – quando restrito às vísceras ocas é seguro sua utilização. Entretanto, em casos de fístulas para as cavidades peritoneal e pleural, por exemplo, o bário pode causar uma intensa reação inflamatória (no peritônio e pleura).
  • Gadolínio: usados em exames de ressonância magnética e raramente geram reações alérgicas. Bastante útil para avaliar todos os órgãos do corpo, como por exemplo para detectar tumores e infecções.

 

Para que serve o exame constratado?

contraste radiológico por injeção

Como dissemos, alguns exames de imagens podem ter uma certa limitação.

E essa limitação, dependendo da área a ser examinada, pode acabar prejudicando a conclusão do diagnóstico.

Quando os exames de raio X, por exemplo, são para observar fraturas, não é preciso o uso de contraste por conta do osso ser bastante denso e de boa avaliação ao método.

Ou seja, será possível vê-lo com nitidez na imagem.

Por outro lado, quando o exame de imagem for para avaliar uma víscera oca por exemplo, um raio X tradicional por ser inconclusivo, visto que tais estruturas não aparecem tão densas nesse método.

Dessa forma, se não houver o uso do contraste, pode ser mais difícil e por vezes impossível a avaliação adequada destas estruturas.

Com contraste administrado via oral, retal ou intravenosa, é possível realizar um exame contrastado e por seguinte produzir imagens mais  nítidas da área a ser examinada (trato digestivo e vasos sanguíneos, por exemplo).

Vale lembrar que o mesmo (contraste) é expelido por meio da urina e das fezes.

 

Exames contrastados podem causar efeitos colaterais?

enjoo apos exame contrastado

Podem sim surgir alguns efeitos colaterais após a realização do exame contrastado.

Por isso, antes de realizá-lo, é importante que se faça uma pesquisa para investigar se a pessoa tem maior ou menor chance de ter algum tipo de reação alérgica.

Em todo caso, é importante que o exame contrastado ocorra em um centro de imagem preparado para fazer o atendimento de emergência dos pacientes que tiveram reação.

Em grande parte dos casos, as reações não são graves.

Na verdade, ter algum tipo de reação forte é muito incomum.

Abaixo, veja as reações que podem acontecer após um exame contrastado:

  • dores no estômago;
  • diarreia;
  • náusea;
  • vômito;
  • prisão de ventre;
  • coceira;
  • pele vermelha;
  • inchaço na garganta;
  • confusão;
  • dor de cabeça;
  • pressão alta ou baixa.

 

Existe contraindicação em relação ao exame contrastado?

Tudo vai depender das condições clínicas do paciente e do tipo de contraste que será administrado.

Em alguns casos o contraste é sim contra-indicado.

Por exemplo, diabéticos que fazem uso de medicamentos com cloridrato de metformina devem ficar atentos, visto que o iodo combinado com a medicação pode prejudicar a eliminação do contraste pelo organismo após a sua administração.

Pessoas que possuem alergia a iodo também devem se atentar ao uso da substância (e fazer preparo antes do exame se o histórico for de reação alérgica leve ou moderada).

Se o histórico for de reação alérgica grave (como por exemplo edema de glote e choque anafilático), o contraste está contra-indicado.

Além disso, pacientes com algum grau de insuficiência renal devem ter sua função renal avaliada para saber se é permitida a administração do contraste endovenoso.

Para pacientes que possuem suspeita de vísceras perfuradas, o uso do bário é contraindicado pelo risco de este se estender para cavidades peritoneal, pleural e mediastinal, gerando um processo inflamatório grave.

 

Como se preparar para o exame contrastado?

Antes de mais nada, o médico responsável deve observar o histórico clínico de cada paciente para verificar se ele possui algum tipo de alergia, se faz uso de remédios, se tem algum tipo de doença ou algo que tenha chance de gerar complicações.

Recomenda-se jejum antes de exames com uso de contraste intravenoso (caso o paciente tenha uma reação mais grave após a administração de contraste, o estômago deve estar vazio para evitar broncoaspiração).

O tempo de jejum varia de serviço para serviço.

Em geral, recomenda-se jejum de no mínimo 6 horas.

Se o paciente apresentar maior risco de se ter uma reação alérgica com o uso do contraste, é recomendado que seja feito um preparo antes da realização do exame contrastado endovenoso.

Esse preparo é feito com o uso de medicamentos corticoide e anti-histamínicos.

Ademais, se o exame contrastado feito solicitar uso de sulfato de bário, a recomendação feita é para que não se coma nada algumas horas antes.

Depois do exame contrastado ter sido realizado, recomenda-se que o paciente beba bastante água para ajudar na eliminação mais rápida do contraste pelo organismo.

 

Como surgiu o exame contrastado?

Logo depois da descoberta do raio X, iniciaram-se os estudos do contraste radiológico.

Como na época os recursos eram limitados, era preciso de algo que pudesse realçar outras partes menos densas do corpo humano.

O raio X foi uma invenção muito útil que permite a avaliação do corpo humano sem que houvesse a necessidade de usar um procedimento invasivo.

Como as imagens da época não possuíam a tecnologia que temos hoje, logo foi preciso procurar outros meios de ver o interior do corpo com mais clareza, seguindo a ideia de procedimentos não invasivos.

Então, um ano depois da publicação do artigo de Röentgen sobre o raio X, iniciou-se o primeiro teste com uso de contraste.

A experiência foi feita usando o estômago e o intestino de um porco, ambos utilizando subacetato de chumbo, em um raio X.

Apenas em 1918 é que o primeiro contraste iodado com iodeto de sódio foi usado por via intravenosa e somente em 1960 é que três compostos passaram a ser usados em conjunto, são eles:

  • Ácido metrizóico;
  • Triiodado;
  • Metal acetamido benzóico.

 

Perguntas frequentes

[sc_fs_multi_faq headline-0=”h3″ question-0=”O que é um exame contrastado?” answer-0=”Exame contrastado é o exame que utiliza contraste radiológico para que se possa obter uma melhor caracterização (realce) das estruturas anatômicas do corpo nas imagens.” image-0=”” headline-1=”h3″ question-1=”Quais são os tipos de exames contrastados?” answer-1=”Dentre os diversos tipos de exames contrastados, são os mais comuns:

• Angiografia: utiliza-se o contraste iodado na avaliação dos vasos sanguíneos. Utilizado para detectar doenças como arteriosclerose, estenoses vasculares e aneurismas;

• Ressonância magnética: o contraste utilizado é o gadolínio, permitindo melhor avaliação dos órgãos e suas patologias.

• Tomografia computadorizada: o contraste utilizado é o iodado em sua maioria, permitindo melhor avaliação dos órgãos e suas patologias.

• Urografia: Feita com iodo, tem como foco avaliar a função renal e vias coletoras.

• Histerossalpingografia: avalia o sistema reprodutor feminino. Usa-se o contraste iodado. Muito usado para investigar infertilidade e anomalias;” image-1=”” count=”2″ html=”true” css_class=””]