A radiação é um assunto comum e que muita gente tem referências. Porém, apesar de saber que, em grande escala, é uma forma de emissão/transmissão de energia que pode ser tóxica para nossa saúde, muitas pessoas não sabem como ela funciona.
A radiação é utilizada na medicina para realizar diagnósticos e também no tratamento de algumas doenças. Já para a indústria ela é utilizada para geração de energia.
Por possuir tão ampla utilização é fundamental compreender como ela funciona, em quais formas e quantidades ela é aceitável, o que acontece ao entrar em contato com a radiação, dentre outros fatores.
Se você quer saber mais sobre o assunto, então continue lendo este conteúdo.
1. O que é
Radiação é um processo físico de emissão e deslocamento de energia através de partículas ou por meio de ondas eletromagnéticas.
A radiação pode acontecer no meio material ou no espaço. Isto é, ela pode ser gerada por fontes naturais ou por aparelhos construídos pelo homem.
A radiação natural acontece espontaneamente e não tem origem por tecnologia humana. A radiação nuclear é um belo exemplo disso, pois parte do interior do núcleo de um átomo instável.
Esses elementos podem ser achados em rochas ou sedimentos. A radiação cósmica também é natural e se origina por conta das explosões do sol e de estrelas.
Alguns dos tipos de radiações mais comuns são:
- Alfa;
- Beta;
- Gama;
- Raio X;
- Ultravioleta;
- Luz visível;
- Ondas de rádio;
- Infravermelha;
- Micro-ondas.
2. Tipos
Existem dois tipos de radiação que foram classificadas: as ionizantes e as não ionizantes.
Ionizantes são as radiações que, ao entrarem em contato com os átomos, fazem com que haja reorganização dos elétrons nas suas órbitas.
Esse tipo de radiação pode gerar uma movimentação de átomos, fazendo com que de forma temporária ou não, haja uma mudança na estrutura das moléculas.
As radiações ionizantes são: alfa, beta e gama.
Não ionizantes são radiações que não retiram os elétrons de órbita de seus átomos.
Por consequência, acabam não gerando também modificações nas estruturas das moléculas.
Como exemplo de radiação não ionizante, estão: infravermelha, microondas, luz visível, ultravioleta e ondas de rádio.
3. Uso de radiação na medicina
Apesar de ser nociva se utilizada de forma negligente, na medicina ela é cuidadosamente usada de forma segura para realizar diagnósticos e até mesmo como parte do tratamento de algumas doenças.
Na radiologia, a radiação é utilizada para realização diagnóstica nos exames de radiografias, tomografias e mamografias.
Temos, também, a radiologia intervencionista que pode usar das tomografias para realização de procedimentos minimamente invasivos tanto para fazer diagnóstico quanto para tratamentos.
Há, ainda, a medicina nuclear, que usa alguns marcadores para o diagnóstico ou para o tratamento de algumas enfermidades.
E, não podemos esquecer da radioterapia no tratamento do câncer.
4. Diferenças entre medicina nuclear e radiologia
A radiologia e a medicina nuclear são especialidades médicas distintas.
Na prática de ambas há o uso da radiação, porém de forma completamente diferente.
A radiologia se baseia na aquisição de imagens através do raio X e sua interpretação, com fins diagnósticos e terapêuticos.
Ela não se restringe apenas à medicina humana, tem uso na odontologia, medicina veterinária e forense.
A medicina nuclear é uma especialidade médica que faz uso de materiais radioativos com objetivo diagnóstico e terapêutico.
Os médicos usam pequenas quantidades de substâncias radioativas (radiofármacos) como meio para acessar o funcionamento dos órgãos e tecidos no paciente, realizando imagens, diagnósticos e, também, tratamentos.
5. Exames que utilizam radiação
Os exames que fazem uso da radiação na radiologia são:
- Radiografia: utiliza o raio x para produzir imagens do corpo. É o método mais antigo e mais aplicado para diagnóstico por imagem na medicina;
- Tomografia computadorizada: também utiliza o raio x para formação das imagens, porém através de aparelhos que fazem diversas imagens para que possa avaliar como as diferentes estruturas interagem com o raio x podendo até mesmo formar imagens 3D;
- Mamografia: Usa-se raio x para observar possíveis alterações no tecido mamário.
6. Malefícios
A radiação quando usada de forma desregrada pode gerar alguns malefícios.
As radiações ionizantes quando em contato com tecido vivo gera radicais livres que interferem na função celular levando a mutações no seu DNA ou até mesmo sua morte.
Nós sabemos que esses efeitos celulares são dependentes da dose e do tempo de exposição.
Na medicina há protocolos bem estabelecidos para que se evite seus efeitos deletérios.
7. Sintomas
Nos seres humanos, quando há exposição aguda à altas doses de radiação, o paciente pode desenvolver uma síndrome clínica que possui como sintomas:
- Náuseas;
- Vômitos;
- Diarreias;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Queimaduras no corpo;
- Mudança de produção de sangue;
- Queda de imunidade.
A longo prazo, essa exposição aumenta o risco de desenvolver alguns tipos de câncer e diminuir a fertilidade, por isso há regulamentações para que façamos o uso seguro dela.
Referências para leitura
- Okuno, Emico. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. Oficina de Textos, 2018.
- Yoshimura, Elisabeth Mateus. “Física das Radiações: interação da radiação com a matéria.” Revista Brasileira de Física Médica 3.1 (2009): 57-67.
- da Silva, André Coelho. “AS RADIAÇÕES NA MEDICINA: O QUE DIZEM LIVROS DIDÁTICOS DE FÍSICA DO ENSINO MÉDIO?.” Investigações em Ensino de Ciências 24.3 (2019): 222-243.
- Cuperschmid, Ethel M., and Tarcisio PR Campos. “Os primórdios das radiações na medicina no Brasil.” Programa de Pós-Graduação em Ciências Técnicas Nucleares. Santos, SP: INAC (2005).
- Cardoso, Eliezer de Moura. “Aplicações da energia nuclear.” (2008).